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Diversificação de produção garante sustento de agricultores familiares aldeenses

Enquanto aguardam término da pandemia para retornar à comercialização da aroeira, agricultores sobrevivem do cultivo de aipim, abóbora e quiabo

A diversificação da produção das 21 famílias do Assentamento Ademar Moreira tem garantido a sobrevivência dos agricultores familiares do município durante a pandemia. Com predominância no cultivo de produtos como aipim, abóbora e quiabo, os agricultores assentados têm conseguido se manter durante a crise, seja por entregas via delivery ou diretamente ao comprador, mas a expectativa para o retorno normal das atividades é grande, especialmente para uma das demandas mais importantes da Associação: o cultivo e a colheita da aroeira. Há dois anos, a vida de 16 famílias de agricultores que praticam o extrativismo da aroeira na área de reserva natural ganhou novos rumos. Inédito no Estado do Rio de Janeiro, o “Projeto Aroeira” desenvolvido com os produtores levou, pela primeira vez, capacitação técnica para a coleta sustentável das folhas e do fruto, conhecido como pimenta rosa, e a legalização da atividade obedecendo um plano de manejo sustentável, aprovado pelo Instituto Estadual do Ambiente (INEA), com foco no aumento da produtividade e alto valor agregado.

Foto: Arquivo ASCOM

Pionieirismo

Concedida em 2018, a licença ambiental para a extração regular da aroeira, por meio da elaboração de um plano de manejo, foi resultado de um esforço integrado entre diversas instituições em âmbito municipal, estadual e federal que, juntas, formaram o chamado GT-Aroeira.

Integrantes do GT-Aroeira se empenharam em trazer oportunidades de crescimento, orientações e treinamento aos agricultores assentados
Foto: Arquivo ASCOM

Além da legalização da atividade, o trabalho envolveu o rastreamento botânico e análises químicas das espécies de aroeira em laboratório, em parceria com a Fundação Instituto Oswaldo Cruz (Fiocruz), e a captação de recursos estaduais, por meio do Programa “Rio Rural”, para a reforma e adequação da sede da Associação dos Lavradores e construção do primeiro Centro de Beneficiamento Primário da Aroeira do Estado do Rio, incluindo a aquisição de insumos básicos, embalagens e equipamentos novos, como secador mecânico, medidor de umidade e classificador de sementes, que contribuíram para qualificar a produção. 

Com recursos do “Rio Rural”, os agricultores puderam adquirir equipamentos industriais para a unidade de beneficiamento da aroeira
Foto: Arquivo ASCOM

De acordo com o secretário municipal de Agricultura, Trabalho e Renda, Dimas Tadeu, um dos integrantes do GT-Aroeira, a implantação do projeto também trouxe reflexos significativos na rentabilidade dos agricultores aldeenses. “Até então, a aroeira era um produto que não tinha reconhecimento da sua potencialidade, na questão do uso culinário, cosmético e medicinal. Todo esse trabalho de organização, regulamentação e capacitação despertou nos produtores a vontade de poder melhorar a sua colheita, de forma menos danosa ao ambiente, em busca de um preço melhor e de uma maior qualidade no produto final. Com isso, os agricultores saíram de um preço médio praticado em torno de R$ 3,00 a R$ 4,00, para R$ 10 o quilo”, destacou.

O secretário de Agricultura, Dimas Tadeu, acompanhou todo o processo junto aos agricultores
Foto: Arquivo ASCOM

Parcerias

Fizeram parte do projeto aroeira representantes da Prefeitura de São Pedro da Aldeia, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), Instituto Estadual do Ambiente (INEA), Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado (EMATER-Rio), Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro (IFRJ), Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Fiocruz, Jardim Botânico do Rio de Janeiro, sindicato rural e associação dos assentados, além de especialistas em botânica e gastronomia.

Foto: Lis Bartalini

Com apoio e suporte técnico institucional, os produtores aldeenses receberam acompanhamento em todas as etapas do projeto, além de capacitação para a colheita sustentável e em módulos de gestão de negócios e empreendedorismo, em parceria com o Senar-RJ.

Destaques e novos mercados

Com o projeto “Aroeira Novos Tempos, Novos Rumos”, São Pedro da Aldeia foi um dos 35 finalistas ao Prêmio Prefeito Empreendedor, do Sebrae/RJ, na categoria Inovação e Sustentabilidade, sendo a única cidade na Região dos Lagos a chegar nessa fase. A premiação é um reconhecimento aos gestores públicos que tenham implementado projetos de estímulo ao surgimento e desenvolvimento dos pequenos negócios.

Foto: Arquivo ASCOM

A aroeira de São Pedro da Aldeia também foi destaque no Green Rio 2019, a maior feira de produtos orgânicos e bioeconomia do país. Diante de autoridades e investidores de dentro e fora do país, o evento anunciou a primeira grande venda da pimenta rosa aldeense, do Assentamento Ademar Moreira, para uma empresa de cosméticos orgânicos com sede no Paraná, com parte dos lucros direcionados para os produtores familiares. O ato marcou a entrada do produto no mercado nacional, abrindo novas oportunidades de negócios para além do ramo gastronômico.

Primeira grande venda da aroeira aconteceu durante o Green Rio 2019
Foto: Lis Bartalini

Durante a feira, que aconteceu na cidade do Rio de Janeiro, os agricultores aldeenses tiveram a oportunidade de conhecer de perto a linha de produtos orgânicos a base da Aroeira, como sabonetes, shampoos sólidos, óleos essenciais e extratos fluidos, produzidos pela empresa compradora. Na ocasião, os produtores também tiveram a chance de apresentar a pimenta rosa a empresários, ecochefes e investidores locais e de todo o país, inclusive para uma delegação da Alemanha e para a empresária, ecochefe e ex-apresentadora do programa “Mesa para Dois”, no canal GNT, Flávia Quaresma.

Foto: Arquivo ASCOM

“No ano passado, os produtores atingiram uma venda de duas toneladas da pimenta rosa. São Pedro da Aldeia hoje tem uma chancela para comercializar a aroeira como um produto orgânico de qualidade, exportável e com grandes perspectivas de negócios futuros”, finalizou Dimas.

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