Os
agricultores familiares do Assentamento Rural Ademar Moreira, em São Pedro da
Aldeia, já contam com a autorização do Instituto Estadual do Ambiente (Inea)
para a extração regular da aroeira, conhecida como pimenta rosa, planta nativa
da Mata Atlântica. A atividade foi regularizada por meio da aprovação do plano
de manejo florestal sustentável, pioneiro no Estado do Rio de Janeiro,
elaborado em um trabalho integrado envolvendo Prefeitura aldeense, Ministério
da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), INEA, Empresa de Assistência
Técnica e Extensão Rural do Estado (EMATER-Rio), sindicato rural e associação
dos assentados.
De
acordo com o Secretário de Agricultura, Abastecimento, Trabalho e Renda, Dimas
Tadeu Dias, a elaboração do plano é um marco na regularização da atividade no
município. “O plano de manejo da aroeira é o primeiro do Estado do Rio de
Janeiro e já é uma referência em nível estadual e nacional, porque é o único
nestes moldes. A pimenta rosa é um nicho de mercado em franca expansão na
economia brasileira e em países da Europa, do Oriente Médio e Estados Unidos,
por isso a legalização da atividade vem em um momento oportuno. É importante
ressaltar que todos os nossos produtores passaram por treinamento sobre boas
práticas de manejo e colheita do fruto de forma ambientalmente correta e
sustentável, com vistas à melhoria da qualidade do produto e aumento do
potencial produtivo”, disse.
A
inauguração da unidade de beneficiamento primário da Aroeira, incluindo uma
estufa para desidratação dos frutos e estrutura para pós-colheita, está marcada
para o dia 22 de maio de 2018, na sede da Associação do Assentamento Ademar
Moreira, no bairro São Matheus. A construção da unidade foi possível graças a
liberação do recurso do Programa Rio Rural, da Secretaria Estadual de Agricultura,
executado pela EMATER-Rio. “Foi liberada uma verba de R$ 232.000,00 para o
projeto grupal e individual das 16 famílias envolvidas no processo,
possibilitando a organização, social dos agricultores locais, complementando o
trabalho de regulamentação e regularização que vem sendo desenvolvido pelo
GT-Aroeira, coordenado pela representante do MAPA, Ludmila Gaspar”, informou a
supervisora local da EMATER-Rio, Marília Grasiela Oliveira.
Com
o licenciamento ambiental junto ao Inea, os produtores rurais aldeenses terão a
atividade de manejo e coleta da pimenta rosa de forma legalizada e estruturada,
com segurança jurídica e a possibilidade de diversificar a produção com fins
comerciais, além de potencializar a geração de renda às famílias da comunidade.
Como parte do projeto, os agricultores familiares receberam instruções
técnicas e capacitação para poda sustentável e coleta dos frutos,
participaram de oficinas sobre sistema de uso da aroeira, beneficiamento
estratégico e comercialização, além de integrarem uma prática de campo.
Atualmente,
cerca de 35 famílias vivem no Assentamento Ademar Moreira e extraem a pimenta
rosa na reserva florestal existente, devidamente legalizadas. A escolha da
comunidade aldeense para a criação do plano piloto de manejo foi feita a partir
de um estudo conduzido por diversas instituições que formam um grupo técnico de
trabalho dedicado especificamente ao estudo da exploração da aroeira no Rio de
Janeiro, composto por representantes do INEA, Mapa, Emater-Rio, IFRJ (Instituto
Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro), além de
especialistas em botânica e gastronomia.
Por ser uma planta nativa da Mata Atlântica, a aroeira está presente em todo o litoral do Rio de Janeiro. A coleta de seu fruto, a pimenta rosa, é feita de maio a julho. Possuindo alto valor agregado, a pimenta rosa é utilizada na gastronomia como condimento e também na extração de óleos essenciais.
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