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Enfermagem: quando a arte de cuidar vai além da profissão

Enfermagem: quando a arte de cuidar vai além da profissão

Cuidar das pessoas e doar amor sem esperar nada em troca. É isso que motiva a enfermeira Cláudia Mello, de 49 anos de idade, sair da sua casa em Barra de São João, onde deixa seu único filho, para atender os usuários da Unidade de Saúde da Família do bairro Praia Linda, em São Pedro da Aldeia. Por amar o que faz, Cláudia nunca pensou em desistir da profissão, mesmo após 23 anos lidando com todos os desafios da rotina de enfermeira. A rotina dela não é solitária, é repetida por uma centena de profissionais da Saúde que estão na linha de frente no combate à diversas doenças, entre elas, a COVID-19. Nesta terça-feira, (12/05), data na qual se comemora o Dia do Enfermeiro, a Prefeitura de São Pedro da Aldeia homenageia esses profissionais, muitas vezes considerados pelos pacientes, como verdadeiros “anjos de branco”.

Cláudia atua na área da enfermagem há 23 anos.
Cláudia Mello atua como enfermeira generalista na USF Praia Linda
Foto: Renato Fulgoni

Nesse período de pandemia, muitos dos enfermeiros e técnicos de enfermagem que estão na linha de frente do enfrentamento do coronavírus deixam suas famílias em casa para prestar assistência a quem precisa. Ficam confinados em hospitais, passam horas em pé, sem se alimentar ou ir ao banheiro, colocando suas próprias vidas em riscos para cuidar do coletivo. É por essa dedicação e altruísmo que são chamados de heróis e, apesar do conceito não ser uma unanimidade entre os profissionais, é inegável que eles fazem a diferença na vida de seus pacientes.

E a rotina não é das mais fáceis. Há pressão dentro e fora do trabalho, mas a dica de Cláudia para lidar com os percalços é simples: “seja humilde, caridoso e ofereça o seu melhor para receber o mesmo quando estiver do outro lado do atendimento”. Na rotina da enfermeira, o cuidado, que já era grande, multiplicou por conta do coronavírus. Dando voz a diversos colegas de profissão, Cláudia faz um pedido: “Nos respeitem como ser humano e profissionais, não somos heróis. Somos qualificados e precisamos de valorização”, reforça a enfermeira.

SOLIDARIEDADE

Mais do que cuidar de doenças e feridas, os 100 enfermeiros e técnicos de enfermagem que atuam na rede municipal de saúde de São Pedro da Aldeia também levam um pouco de carinho, alegria e atenção ao dia a dia de seus pacientes. São considerados as âncoras que sustentam cada paciente em seu momento de dor e preocupação. Esse sustento pode se apresentar de diversas formas. Seja em um abraço, uma atitude solidária ou na doação do próprio tempo, como faz a técnica em enfermagem Gisele Carvalho, atuante no Centro de Triagem do Coronavírus, no Pronto-socorro Municipal.  

Gisele Carvalho também atua no Programa de Atenção Integral à Saúde da Mulher, Criança e Adolescente (PAISMCA).
Além do Centro de Triagem, Gisele Carvalho também atua no Programa de Atenção Integral à Saúde da Mulher, Criança e Adolescente (PAISMCA)
Foto: Divulgação

A história de Gisele com a enfermagem começou de uma forma inesperada: foram os seus pais quem escolheram a profissão por acreditarem que a filha poderia ajudar outras pessoas. O que ela aprendeu a fazer muito bem. Mão de dois filhos, a técnica busca, por meio do diálogo e de uma escuta eficiente, amar alguém que nunca viu. “Difícil isso, ? Mas dá para amar sim e, com alguns exemplos de vida, podemos compartilhar e mostrar que nós somos iguais a eles, de carne e osso. Deixamos nossa família e nossos problemas para cuidar dos nossos pacientes”, conta.

Atuar na linha de frente do combate ao coronavírus já fez com que Gisele ficasse mais de duas semanas longe de seu filho mais novo e um mês sem ver seu neto. A distância de pessoas queridas, no entanto, não afeta sua dedicação profissional. “Corremos riscos com outras doenças também, mas alguém tem que fazer essa parte e foi o que eu escolhi fazer”, afirma a técnica que cuida da população aldeense há 20 anos.

LIDANDO COM A PRESSÃO

Para lidar com a pressão de ser plantonista hospitalar e enfermeira da Unidade Básica de Saúde do Balneário, que conta com cerca de 16 mil prontuários, Fernanda Godoy tem uma distração: o artesanato. Seus momentos de lazer são tão importantes quanto as horas de repouso para recarregar as energias e viver mais um dia como a única profissional de saúde da família.

Graduada pela Universidade Federal de Juiz de Fora, Fernanda Godoy completa 18 anos formada em Enfermagem em 2020.
Graduada pela Universidade Federal de Juiz de Fora, Fernanda Godoy completa 18 anos de formada em 2020
Foto: Divulgação

Fernanda afirma que ser enfermeira é um desafio que ela enfrenta todos os dias.  Como profissional, ela busca oferecer um serviço de qualidade e com tratamento adequado sem distinções: acolhe homens, mulheres, crianças, idosos e bebês. “Faço o meu trabalho com muito carinho, dedicação e amor, porque tenho o privilégio de trabalhar na área que é minha paixão. Sofro, passo aperto, mas sou apaixonada por saúde pública”, confessa a profissional, que também já atuou como professora em curso técnico de Enfermagem.

OS DESAFIOS

O medo de contrair o novo coronavírus ou de transmitir a doença para familiares e pessoas próximas faz com que enfermeiros e técnicos em enfermagem se sintam como soldados indo para a guerra. A diferença é que, nesse momento, o inimigo é invisível. Administrar as adversidades e dificuldades dos pacientes pode ser um grande desafio quando o profissional também tem os seus próprios problemas para lidar.

O enfermeiro Thiago Oliveira é especializado em Saúde da Família.
O enfermeiro Thiago Oliveira é especializado em Saúde da Família
Foto: Renato Fulgoni

Aos 30 anos de idade, Thiago Oliveira acredita que a desvalorização financeira que a categoria enfrenta somada à intensa jornada de trabalho, a preocupação com os equipamentos de proteção e a falta de reconhecimento tornam essa profissão, tão bonita, um pouco desgastante. “Muitas vezes romantizam a nossa exposição não apenas ao Covid-19, mas também a outras doenças, mas não fazemos isso por heroísmo, é o nosso trabalho”, desabafa.

Apesar disso, o enfermeiro da Unidade de Saúde da Família do bairro São Mateus continua amando a profissão e acredita na importância da Enfermagem, que faz a diferença na vida de milhares de pessoas.

A ESCOLHA

Mesmo com todos os sacríficos que a atuação ética e humanizada no cuidado dos pacientes e na promoção da saúde coletiva e individual demanda, a profissão continua atraindo quem se identifica com a área. É o caso da estudante Paula Monteiro, de 30 anos de idade, que cursa o 9º período de Enfermagem.

Desistir do curso e seguir por outro caminho já foi uma opção para Paula, no entanto, o amor à profissão e a vontade de ajudar o próximo falou mais alto. O cenário de pandemia, latente em todo o país, não afeta a visão que Paula tem dos enfermeiros. “Pelo contrário, isso faz com que eu tenha ainda mais orgulho dessa profissão que dá tudo de si a quem precisa e está sempre pronto para estender as mãos. Estou muito feliz com a minha escolha”, afirma. 

Paula Monteiro está ansiosa para trabalhar na área
Foto: Renato Fulgoni

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