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Parceria com moradores auxilia ações de combate à dengue em São Pedro da Aldeia

A parceria com a população nas ações de combate à dengue, zika e chikungunya tem sido fundamental para o sucesso do trabalho das equipes de Vigilância Ambiental de São Pedro da Aldeia. Mesmo durante a pandemia de coronavírus, o trabalho dos agentes de combate a endemias não para. Em tempos de quarentena e distanciamento social, a colaboração dos moradores na limpeza e eliminação dos focos do mosquito transmissor, o Aedes Aegypti, ganha ainda mais importância.

Aedes Aegypti é o nome científico do mosquito que transmite a dengue, zika e chikungunya, doenças chamadas de arboviroses.
Foto: Divulgação

Para a secretária de Saúde, Francislene Casemiro, o sucesso das ações de enfrentamento às arboviroses no município depende de um esforço coletivo. “Entendemos que o gestor de saúde tem a responsabilidade em mãos, mas a colaboração dos moradores é imprescindível. Toda e qualquer ação relacionada à saúde coletiva precisa do interesse e comprometimento da população, do empenho em combater as demandas e reforçar a prevenção diária. Se cada morador zelar pelo seu espaço, tiver o cuidado com os possíveis criadouros, a realidade ficará melhor. É o momento de pensar coletivamente, seja para combater a propagação da COVID-19 ou do Aedes Aegypti”, salientou.

Corresponsabilidade

Durante as visitas domiciliares, realizadas a cada dois meses, os agentes de combate a endemias da Vigilância Ambiental orientam os moradores, mantendo uma distância segura, e inspecionam apenas a parte externa do imóvel. Quando necessário, o profissional realiza um tratamento focal com larvicida.

Foto: Renato Fulgoni

De acordo com o agente de endemias, Adilson Azevedo, existe o tratamento químico e a remoção mecânica, nos quais os agentes demonstram e orientam o morador a evitar qualquer tipo de acúmulo de água na sua residência, mas o trabalho mais importante é o educacional. “Depois da nossa visita, é o morador que precisa fazer a sua parte e manter os cuidados. Observar sempre os pratinhos de planta, vasilhas dos animais domésticos e garrafas de bebida. Muitas pessoas também deixam de olhar o reservatório de degelo da geladeira, que fica atrás do motor, e ali é um possível foco, porque a água é sempre limpa e quente”, ressaltou o agente.

Durante a inspeção no quintal, os agentes buscam por possíveis criadouros do mosquito transmissor.
Foto: Renato Fulgoni

Alexandre Loureiro foi um dos moradores que recebeu a visita dos profissionais na última quarta-feira (20). Há um ano e meio ele é síndico de um grande condomínio residencial no bairro Nova São Pedro. “No começo da quarentena, alguns moradores passaram a rejeitar a visita do agente de endemias e, nesse período, infelizmente tivemos um caso de dengue. A Prefeitura logo em seguida entrou com as ações de combate, o foco foi identificado e graças a Deus não tivemos mais casos. Mas isso mostra que o combate não pode parar mesmo com a quarentena”, salientou.

Para o síndico, a união de esforços é essencial. “O condomínio tem que ser parceiro da Prefeitura. Paralelo ao serviço dos agentes, o condomínio pulveriza cloro em pó nos possíveis locais de foco, mas a visita deles é essencial para relatar os pontos críticos para serem combatidos”, disse.

Prevenção é o melhor caminho

A melhor forma de prevenção é evitar a proliferação do mosquito Aedes Aegypti através da eliminação dos reservatórios com água armazenada, que podem se tornar possíveis criadouros. A verificação de recipientes, caixas d’água, calhas, vasos de planta, galões de água, pneus e garrafas plásticas, além de piscinas sem uso e sem manutenção, deve ser feita no mínimo uma vez por semana. “As pessoas estão ficando mais tempo em casa por causa da quarentena e se cada um separar um tempo para o cuidado com a sua casa, é um benefício direto para a saúde delas”, destacou o agente de endemias responsável pela supervisão de campo, Paulo Henrique Dias.

Cobrir a piscina com capa não acaba com os focos de dengue. É necessário que a água esteja limpa, devidamente tratada e sanitizada.
Foto: Renato Fulgoni

Aedes Aegypti é um mosquito doméstico, que se reproduz em água parada a partir da colocação e distribuição de ovos pelas fêmeas. Em condições ambientais favoráveis, a passagem da fase de ovo até a forma adulta do mosquito pode ocorrer no período entre 7 a 10 dias. “Por isso, o ideal é sempre o trabalho preventivo. É muito mais fácil pegar uma lata cheia de larva e descartar, do que eliminar o mosquito no ar; o combate fica muito mais difícil”, lembrou a coordenadora de Vigilância Ambiental, Dayana Flavia Oliveira.

Foto: Divulgação/Ministério da Saúde

COVID-19 x Dengue

Em meio à pandemia do novo coronavírus, o número de casos de dengue segue crescendo no Brasil. De 2018 para 2019, o país já havia registrado um aumento de 488% no número de casos e, este ano, de acordo com o último boletim epidemiológico divulgado pelo Ministério da Saúde, até o momento já foram registrados no país 714.164 casos prováveis de dengue e 298 mortes provocadas pela doença. De acordo com o levantamento do Ministério da Saúde, a faixa etária acima de 60 anos concentra 57,4% dos óbitos confirmados (171 óbitos) por dengue, sendo os mais acometidos aqueles com 80 anos ou mais.

Assim como o COVID-19, a dengue também é transmitida por um vírus. “A grande diferença é que no caso da dengue, zika e chikungunya, a transmissão depende da picada do mosquito infectado e existem maneiras muito simples de evitar que esse vetor se prolifere dentro de casa. Mesmo com o coronavírus, o risco de contágio da dengue continua existindo e o cuidado com a eliminação dos focos do mosquito não deve ser esquecido, principalmente nas casas onde há idosos, que são grupos de risco por serem mais vulneráveis. Tanto o COVID quanto as arbovirores, nenhuma delas é prevenível por vacina, por isso o combate e a prevenção são fundamentais e dependem do engajamento de toda a sociedade”, finalizou a coordenadora.

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