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1ª Conferência Municipal de Meio Ambiente de São Pedro da Aldeia elege delegados para Conferência Estadual

Evento foi sucesso de público e contou com a presença de especialistas na temática dos impactos ambientais no clima

Com o tema “Emergência Climática: o Desafio da Transformação Ecológica”, a 1ª Conferência Municipal de Meio Ambiente de São Pedro da Aldeia reuniu público interessado em mudanças ambientais. O evento foi realizado na última sexta-feira (29/11) pelas Secretarias de Meio Ambiente e Pesca e de Educação. Após ciclo de palestras e roda de conversa, foram eleitos os delegados Sérgio Alex da Silva Santos (titular) e Leandro Moreira Silva (suplente) para participação na Conferência Estadual de Meio Ambiente.

O secretário de Meio Ambiente e Pesca, Mario Flavio Moreira, destacou a importância da iniciativa. “Agradeço a todos os envolvidos que fizeram esse evento acontecer, todos os organizadores e, também, pela presença e interesse de todos que vieram participar. Tivemos o número máximo de inscrições e isso mostra que estamos no caminho certo debatendo sobre soluções para o meio ambiente. A conferência é um movimento governamental e social de grande importância na busca de redução dos impactos em razão das emergências climáticas e na busca de soluções ecológicas que contribuam na diminuição das causas que geram essas situações”, relatou.

Toda a população aldeense a partir de 16 anos teve a oportunidade de se inscrever para participar da conferência. Foram realizadas palestras com especialistas convidados. O Prof. Dr. Júlio César Wasserman apresentou uma solução para a diminuição de carbono na atmosfera, que contribui para o Efeito Estufa, com a utilização de macroalgas para a descontaminação de ambientes costeiros. O projeto em andamento visa gerar renda e promover a retenção de carbono. A iniciativa conta com o apoio da Secretaria Adjunta de Pesca de São Pedro da Aldeia e terá uma de suas bases no município. 

O Dr. Jacob Binsktok falou sobre o aproveitamento do gás natural e as possibilidades que ele traz em um contexto sustentável, uma vez que o gás carregado de dióxido de carbono do pré-sal da bacia de Santos pode ser transformado em hidrogênio, chamado hidrogênio cinza e hidrogênio azul. “Esse hidrogênio azul poderia servir de matéria-prima para duas linhas de indústrias, a de fertilizantes, principalmente hidrogenados, que dariam origem ao hidrogênio verde. É uma linha de trabalho que substitui importações, o que é interessante porque mexe com a balança comercial. A outra questão é que a gente também pode desenvolver uma linha de GLP, outra linha de transportes, quer dizer, São Pedro da Aldeia pode reivindicar uma posição estratégica, nem que não seja na produção, mas no conhecimento, no hub”, destacou.

A Dra. Cleuza Trevisan trouxe referências artísticas que envolveram o público durante  a palestra, entre elas, o quadro do pintor salvador Dali, “A Persistência da Memória” e lembrou que o tempo está acabando para seguir sem tratar sobre clima. Ela citou, ainda, o sexto relatório da ONU IPCC 2023, que liga o aumento de gases de efeito estufa às atividades do homem. “Tudo o que estamos fazendo, importa. Se a gente não começar a reduzir de alguma maneira, nunca vai chegar no objetivo. Para chegar no topo, precisa subir o primeiro degrau”, apontou sobre a importância da ação de cada pessoa. 

O subsecretário do Comitê da Baía de Guanabara, Marcos Lacerda, apresentou exemplos de políticas públicas e de instituições. “A Conferência traz uma oportunidade gigante de poder associar a temática ambiental à climática também. Essa provocação de poder debater a questão do clima, das mudanças climáticas, fez com que a gente pudesse preparar um material sobre a experiência do município de Niterói e de algumas instituições, com ideias de políticas públicas. Um exemplo muito interessante também é a moeda social carbono, projeto que vem sendo desenvolvido em algumas cidades, ligada a um banco do clima, que ajuda a potencializar pequenos negócios sustentáveis nos municípios. Tudo focado na área climática, dando oportunidade para quem faz, desenvolve, usa moeda social carbono, já ser visto no mercado como uma empresa sustentável, uma empresa que investe nesse enfrentamento das mudanças climáticas”, relatou.


Também foram realizados debates dos Grupos de Trabalho para discussão dos assuntos dos cinco eixos: I – Mitigação (redução da emissão de gases de efeito estufa), II – Adaptação e preparação para desastres (prevenção de riscos e redução de danos), III – Justiça Climática (superação das desigualdades), IV – Transformação Ecológica (descarbonização da economia com maior inclusão social), e V – Governança e Educação Ambiental (participação e controle social).

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