Os desafios de atendimento e acolhimento às famílias e pacientes diagnosticados com o Transtorno do Espectro Autista (TEA) foram tema do I Encontro sobre Autismo nas Redes de Atenção à Saúde da Baixada Litorânea. O evento foi realizado na segunda-feira (02/10), na Câmara de Vereadores de São Pedro da Aldeia, e reuniu representantes de diversos municípios.
Na ocasião, a Secretaria de Saúde aldeense foi representada pela secretária adjunta da Atenção Primária, Jaqueline Tinoco, que destacou a importância de debater o tema e trocar experiências, além do entendimento de todos da rede de saúde quanto ao acolhimento aos autistas.
O Conselho de Secretarias Municipais de Saúde (COSEMS) também marcou presença no evento, sendo representado por Suely Osório. “É fundamental debater o tema, precisamos de uma política de fato voltada aos pacientes, que funcione e seja bem pensada. Só conseguiremos esse objetivo quando nos colocarmos no lugar do outro, através da empatia”, comentou.
A assistente social Tecla Nunes representou os pais de pessoas dentro do espectro e aproveitou a oportunidade para desmistificar questões sobre a vivência com crianças, adolescentes e adultos com TEA.
O encontro serviu, ainda, para divulgar sinais de alerta, como interesse restrito, seletividade alimentar, não dar função a brinquedos ou objetos, movimentos repetitivos, entre outros, que servem como fio condutor para diagnóstico do TEA.
A articuladora do grupo técnico da Atenção Básica da Baixada Litorânea, Patrícia Paixão, reforçou que a Atenção Primária à Saúde é a porta de entrada para o diagnóstico e detecção, por meio da identificação de sinais de atraso no desenvolvimento, destacando a importância de construir fluxos e metas. Já a articuladora do grupo técnico da Rede de Cuidado à Pessoa com Deficiência e da Rede Cegonha da Baixada Litorânea, Bianca Frederico, discutiu o papel RCPD no atendimento ao paciente com autismo e a garantia acesso a universalidade, integralidade e equidade quanto aos serviços de saúde pública, entre outros.
A assessora especial de Gestão da Saúde Mental de São Pedro da Aldeia, Rosemary Calazans Cypriano, foi uma das palestrantes do evento e apresentou como funciona a Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) da Baixada Litorânea. Rosemary falou sobre o atendimento ao paciente com autismo, em um panorama do atendimento psicológico aos pacientes e familiares, dando a devida importância à escuta qualificada dentro de uma rede estruturada. “Temos uma tarefa muito grande, que nos convoca ao trabalho conjunto. Precisamos pensar qual o desafio está posto em nossa região e como cada município acolhe o usuário”, destacou.
A programação contou, ainda, com apresentações de Fernanda Suzarte, Aline Muniz e Renata Barreto sobre as experiências dos Centros Municipais de Reabilitação dos municípios de São Pedro da Aldeia, Saquarema e Iguaba Grande. Logo após, Rosemary Calazans e Renata Figueiredo palestraram a respeito da experiência do CAPSi de São Pedro da Aldeia, Araruama e Cabo Frio.
Na oportunidade, o presidente da Comissão de Direito Canabicoda Seccional/RJ, Vladimir Saboia, fez um panorama dos aspectos legais sobre a prescrição da cannabis como tratamento alternativo aos pacientes. Representando o Crefito 2, o fisioterapeuta e Presidente da Associação Brasileira de Fisioterapia Integrativa e PICs (ABRASFIPICS), Clailson Farias, falou sobre a atuação fisioterapêutica no Espectro Autista. Encerrando a programação, uma mesa redonda foi realizada para esclarecer eventuais dúvidas e partilhar boas práticas.
Contando com representantes de todos os municípios da Baixada Litorânea, I Encontro sobre Autismo nas Redes de Atenção à Saúde foi pensado para que se construa coletivamente o papel de cada profissional de saúde, educação e assistência social, além de outras áreas, pensando soluções regionais que abranjam a todos os usuários.