A Prefeitura de São Pedro da Aldeia promoveu o I Seminário de Saúde Mental, com o objetivo de evidenciar a luta antimanicomial no Brasil e abordar questões de tratamentos humanizados às pessoas com transtornos mentais. O evento, que teve como cerimonialista a moradora do Serviço de Residência Terapêutica, Adriana Porto, com apoio da psicóloga Sulamita da Soledade, aconteceu na Câmara Municipal e contou com a participação de todos os dispositivos da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) aldeense.
A assessora especial de Gestão da Saúde Mental, Rosemary Calazans Cypriano, falou sobre o momento. “É com muita satisfação que estamos aqui hoje, nesse encontro com familiares e usuários, além dos profissionais da Saúde Mental, dando lugar à voz de todos nós. Estamos juntos na luta para que a cada dia possamos pensar no que precisamos fazer para sustentar esse trabalho, que é tão importante na saúde mental e que marca esse momento em que precisamos garantir um lugar diferenciado, que é o cuidado em liberdade. Sabemos que a luta não é fácil, mas a vida é feita de desafios. Agradeço a Deus por cada membro das equipes, porque só podemos caminhar, se for juntos”, declarou.
Representando os familiares, o Senhor André falou das lutas em prol daqueles que necessitam de cuidados. “Temos encontrado muita dedicação de todos os agentes da RAPS e nossa luta como familiar é trazer mais pessoas para essa visão de trabalho em conjunto. O núcleo familiar é de extrema importância para o sucesso de qualquer tratamento”, comentou.
Pelos usuários do CAPS, a Senhora Luciana agradeceu à Gestão Municipal pela promoção da atividade. “Agradeço a Deus e a todos da saúde mental, porque, quando perdi meu pai, foram eles que me acolheram. Cada funcionário tem seu valor, porque a saúde mental é algo muito sério e deve ser levada com muita capacidade, o que é feito no município com suma excelência”, destacou ela.
Durante rodas de conversa, os usuários do Centro de Atenção Psicossocial II, Eduardo Rodrigo dos Santos, Ana Márcia Freire e Lucas Caccavo abordaram a relevância dos leitos de saúde mental em hospitais para a estabilização durante crises e a continuidade dos tratamentos no CAPS. Em seguida, Emerson Fonseca de Souza foi responsável pelo bate-papo “Ouvir vozes – o que é e como lidar com isso” e o tema “Uso da medicação consciente” foi tratado por Cristiano Moreira e Paulo Alves.
Os cidadãos Iva dos Santos Casemiro e André Luiz Corrêa representaram os familiares de pacientes, discursando a respeito do papel fundamental da família no tratamento mental. O suporte e o apoio emocional são essenciais para ajudar a pessoa a superar seus desafios. A família pode ser uma fonte de conforto, compreensão e encorajamento, ajudando o indivíduo a se sentir amparado e compreendido durante momentos difíceis.
Durante o evento, também falaram de suas vivências no CAPS, os pacientes Emerson Fonseca, Ailson dos Santos, Paulo Alves, Cristiano Moreira e Luciana Fernandes. Houve, ainda, a leitura de um poema autoral, por Adriana Amarante, e apresentação musical com Luciana, além da fala de moradores do Serviço de Residência Terapêutica, que relataram maus-tratos e violência em locais em que foram institucionalizados anteriormente.