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Cerimônia celebra 2º aniversário da Patrulha Maria da Penha em São Pedro da Aldeia

Evento reuniu autoridades e contou com relatos de assistidas

Ética, sigilo e acolhimento são alguns dos princípios da Patrulha Maria da Penha da Guarda Civil Municipal de São Pedro da Aldeia. Em comemoração ao segundo aniversário do grupamento, foi realizada uma cerimônia na Câmara Municipal, na quarta-feira (27/11). O evento reuniu autoridades, representantes de Patrulhas co-irmãs e relatos de assistidas. 

A coordenadora da Patrulha Maria da Penha, Rosana Andrade, citou cada patrulheiro e falou sobre a importância do trabalho em equipe e a parceria que foi estabelecida.“É com grande emoção que apresentamos o trabalho realizado nestes dois longos anos.  Lá atrás, eu precisei desse serviço e não tive. Por isso, a gente coloca amor, empenho e humanização em cada atendimento e nada disso seria possível sem os meus colegas, Guardas Civis Municipais. GCM Carla, GCM Sebastiana, GCM Bruno, GCM De Oliveira, GCM R. Martins, GCM Carvalho, GCM Mauro Cesar e GCM Thiago, cada um de vocês faz parte dessa história e ajudou a mudar a vida de mulheres dessa cidade”, relatou Andrade.

Para acessar os dados do trabalho realizado e o perfil das vítimas de violência doméstica em São Pedro da Aldeia, CLIQUE AQUI. 

Relatos de casos reais

Na ocasião, foi lida uma carta aberta de uma assistida, que preferiu não se identificar, mas quis deixar registrado seu agradecimento à coordenadora Rosana Andrade e a todos os patrulheiros. Confira na íntegra: “Oi, venho aqui parabenizar por esse trabalho lindo que vocês têm feito com nós mulheres. Eu agradeço o trabalho, amor e dedicação pelo que fazem. Eu agradeço por todo o apoio que me deram e continuam me dando. Mulher de Deus, e além de tudo conselheira surreal. Ajudando grandes mulheres a reconhecer a força que têm dentro e incentivando a recomeçar e não parar. Me lembro da primeira vez que cheguei de uma ajuda. Todo apoio que me deu, todo conselho. Mas, às vezes, nós vamos pela emoção e o resultado não é como esperamos. E, mesmo assim, não me julgou e acolheu da mesma forma em que me recebeu pedindo ajuda. Muito obrigada, por além de ser defensora das mulheres, ser uma inspiração de força. Você e a Patrulha Maria da Penha de São Pedro da Aldeia estão de parabéns por todo esse trabalho”.

Assistida pela Patrulha, Michele Meirelles superou uma situação de violência doméstica e deu um depoimento emocionado de agradecimento aos patrulheiros. “Quero agradecer a cada um presente. Se não fosse por vocês, eu talvez não estaria aqui hoje. Não é fácil sair de um caminho de violência e, às vezes, demora, mas a paciência e dedicação de vocês me salvou. Eu estava no hospital, não entendia que tinha sofrido violência doméstica, estava perdida e dois anjos me salvaram. Olho para vocês e me lembro como se fosse hoje”, contou. 

Advogada criminalista e idealizadora do projeto Papillon, Shênia Mendes também dividiu com o público sua história de violência doméstica e como precisou passar por cima do preconceito para conseguir denunciar seu agressor. “O projeto Papillon já alcança quase 10 mil pessoas, entre vítimas, filhos, familiares e agressores, porque também recebemos homens que têm vontade de mudar. Conduzimos palestras gratuitas e levo minha história para conscientizar que a violência doméstica independe de classe social. Sou advogada, trabalhei na DEAM e sofri violência do meu ex-companheiro. A pessoa que tinha escolhido para dividir a vida. Não foi fácil. Eu morava no Rio e os patrulheiros foram até a minha casa quinze vezes até eu ter a coragem de sair daquele ciclo. Tive que passar por cima da vergonha de encarar aquelas pessoas que eu via rotineiramente e dizer que eu era uma vítima. Mas cada vez que conto a minha história, eu me curo mais. Obrigada por existirem e pelo trabalho lindo de vocês. E peço, ainda, que cuidem de vocês também, para que continuem salvando mais mulheres que precisam de ajuda”, disse.

Trabalho conjunto e humanizado

Fizeram parte da mesa de abertura, representantes de instituições e equipamentos que andam junto com a Patrulha Maria da Penha na luta diária do combate à violência contra a mulher. A coordenadora do Centro Especializado de Atendimento à Mulher (CEAM Daiana Borges), Luciana Oliveira, e o presidente do Conselho Tutelar do município, Ubirajara Ramos parabenizaram o trabalho e reforçaram a importância da ação conjunta entre equipamentos e instituições para o acolhimento por completo das mulheres que buscam ajuda. “Estamos celebrando conquistas. O município sonhou com uma Patrulha Maria da Penha e agora comemoramos dois anos de atuação. A Patrulha sonhou com o CEAM e conseguimos inaugurar esse ano. Nossa rede continua a crescer e não paramos de sonhar”, destacou Luciana Oliveira.

A delegada da Delegacia de Atendimento à Mulher de Cabo Frio, Aline Vilas Boas, e a juíza do juizado de violência doméstica, Thais Mendes Tavares, abordaram a importância do trabalho descentralizado das Patrulhas Maria da Penha para que a delegacia e o juizado consigam chegar até a vítima de forma eficaz e rápida. Representando a equipe especializada Guardiões da Vida da Polícia Militar, os 3⁰ sargentos Fiuza e Elaine; e representando a 125ª Delegacia de Polícia, o Inspetor Chagas, também contribuíram para a mesa com elogios e reflexões sobre o trabalho que engloba diversas áreas. A vereadora Mislene Conceição falou sobre a busca por ainda mais políticas públicas direcionadas às mulheres.

O inspetor-geral da Guarda Civil Municipal de São Pedro da Aldeia, Leandro Oliveira, destacou o orgulho de ter patrulheiros da Maria da Penha na GCM aldeense. “Me orgulha ver meus amigos, que são grandes profissionais e que fazem uma grande diferença na vida das mulheres”, elogiou.

As Patrulhas Co-irmãs dos municípios próximos a São Pedro da Aldeia também estiveram presentes para prestar homenagem aos agentes aldeenses. A coordenadora da PMP de Cabo Frio, Regiane Costa; Ana Lucia de Arraial do Cabo, Ariane de Casimiro de Abreu, Jaqueline de Armação de Búzios e, representando a coordenadora Laila, o inspetor Gedir de Macaé, participaram do evento. “Servir na Patrulha Maria da Penha é um chamado e nossa maior retribuição é o sorriso da mulher e da sua família, quando ela está segura”, relatou Jaqueline. 

“Acredito no trabalho humanizado. Quando visitamos uma mulher em situação de violência e precisamos voltar várias vezes, eu vejo que a estamos ajudando a arrumar a bagagem dela para viajar. A cada retorno, é mais um item que ela vai precisar que entre na mala. Quando ela estiver pronta, vai poder viajar com segurança para fora do ciclo de violência. Não importa quantas vezes seja preciso, nós sempre vamos atender o chamado”, reforçou o inspetor Gedir sobre um dos principais receios das mulheres que já pediram ajuda, mas não conseguiram sair do relacionamento ainda.

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