Sair do muro das escolas, proporcionar tarefas em contato com a natureza, incentivar a produção do interior e conhecer a zona rural do município foram algumas das experiências que a Prefeitura de São Pedro da Aldeia oportunizou aos profissionais atuantes na Rede Municipal de Ensino. O Circuito Rural consistiu em um passeio educativo, histórico, ecológico e cultural por seis locais do interior aldeense. A atividade fez parte da programação de mais um encontro dos cursos “Educação do Campo” e “O poder da imagem – fotografando nossa terra, nossa gente”, promovidos pela Secretaria de Educação. Estiveram presentes durante o passeio rural o secretário de Agricultura, Trabalho e Pesca, Dimas Tadeu; o coordenador do Campo da Secretaria de Educação, Ubirajara Ramos; a coordenadora de Ciências da SEMED, Marciele Pereira; e o tutor do curso de fotografia, Mário Márcio dos Santos.
A visitação foi guiada pelo técnico agrícola, biólogo e secretário de Agricultura, Trabalho e Pesca, Dimas Tadeu. “O Circuito Rural foi importante, pois muitos não sabiam o que tem em São Pedro da Aldeia. Passamos por uma Floresta de Eucalipto, o pessoal não imaginava a existência dela e nem que o município tinha uma área contínua desse plantio, que é usado para diversos fins. Temos atividades de destaque, sejam elas de novidade ou tradicionais de agricultores familiares, mostramos empreendimentos novos e os de tradição da Aldeia”, afirmou.
Cerca de 40 cursistas tiveram a oportunidade de conhecer diversos pontos da zona rural da cidade, como a Granja Capelinha, em Boa Vista; a Casa da Farinha, no Retiro; o Assentamento Ademar Moreira (ALAAM) e as lavouras de abacaxi e de maracujá, em São Mateus; a Fazenda Cadal Agropecuária e a sede da Fábrica Vero Coco, em Pau Rachado; e a Usina de Beneficiamento de Leite, no bairro Sapiatiba.
Para o coordenador do Campo, Ubirajara Ramos, o que o deixou mais feliz com o circuito foi mostrar para os cursistas que é possível fazer um turismo rural em São Pedro da Aldeia. “Conhecemos alguns lugares que quase ninguém conhecia. O município tem uma área rural muito rica, que podemos trabalhar também a parte econômica, vimos que é possível ter emprego para nossos jovens no campo. Eu não vi a atividade como um passeio, mas como uma aula de sustentabilidade, preservação do meio ambiente e gerenciamento de emprego. Agradeço a parceria com o curso do tutor Mário Márcio, porque as pessoas vão ver, através da fotografia, o que vivenciamos durante a ação, e também ao Secretário Dimas Tadeu, pela parceria incrível com a Educação do Campo”, salientou.
Na primeira parada, os cursistas foram recepcionados com um café da manhã com produtos da terra, típicos do campo. Na Granja, propriedade agrícola em que se pratica a criação de aves, eles receberam informações sobre a produção dos ovos caipiras e conheceram o funcionamento de uma agricultura familiar. Na Casa da Farinha, eles acompanharam de perto o processo de preparação de beiju de tapioca e da sola de amendoim, além de observarem um sistema de unidade familiar.
“Sou nascido e criado em São Pedro da Aldeia e há 45 anos não conhecia nem 5% de tudo que vi durante o circuito. Foi muito interessante esse passeio rural, bem enriquecedor, muito bom para o nosso currículo. Estou apaixonado. Gostei de tudo um pouco e foi muito melhor do que imaginava”, disse o professor da E. M. Rubem Arruda Câmara, Alessandro Oliveira, um dos cursistas participantes.
No Assentamento Ademar Moreira, o projeto pioneiro em prol da cadeia produtiva da pimenta rosa foi destaque ao longo da programação. Os alunos cursistas foram apresentados à planta da aroeira e tiveram a oportunidade de visitar o Centro de Beneficiamento Primário da Aroeira, construído ao lado da sede do Assentamento. Na ocasião, eles receberam a explicação sobre o tratamento do fruto pós-colheita e conheceram os equipamentos industriais utilizados no processo de produção, entre eles o classificador de sementes e a estufa de secagem com circulação de ar forçada. No local, os participantes puderam se deliciar durante um almoço com comidas do campo, costela com aipim, agrião e galinha caipira. Durante a atividade, os cursistas percorreram áreas de plantação de coco, aipim, laranja, maracujá e abacaxi.
Na Fazenda Cadal Agropecuária, dedicada à criação de gado e produção de coco verde irrigado, os cursistas puderam tirar dúvidas sobre pecuária de corte de ponta, cruzamento dirigido, inseminação artificial e transplante de embrião, entre outras temáticas. Na ocasião, o grupo recebeu uma amostra da água de coco produzida pela Fábrica Vero Coco.
A última parada do Circuito Rural foi na Usina de Beneficiamento de Leite, uma propriedade de laticínio, que funciona em fase experimental, com perspectivas de produção em grande escala. Na oportunidade, eles aprenderam sobre a cadeia de processamento do leite e participaram de uma degustação de queijos produzidos no local.
De acordo com a professora de Língua Portuguesa da E. M. Dulcinda Jotta Mendes, Aline Gomes, o curso trouxe algo maravilho para sua vida. “Vimos coisas na nossa cidade que são despercebidas na nossa rotina, que têm uma riqueza não só material, com toda estrutura de trabalho, mas também uma riqueza natural. O que me acrescenta como professora é a questão da identidade, do pertencimento do local, a educação significativa, pois a partir do momento em que o aluno se sente pertencente aquele lugar e o valoriza, ele consegue mudar a sua história de vida”, destacou.
Os alunos do curso “O poder da imagem – fotografando nossa terra, nossa gente”, registraram todo o percurso. Ao final da capacitação, será realizada uma exposição das fotografias no Centro de Formação Continuada (CEFOR), prevista para o dia 29 de novembro.
“Fotografia não é uma questão pictórica de formas e cores, por trás delas existem pessoas. No curso de fotografia, usamos a pedagogia da afetividade, para que os cursistas conheçam e se aproximem das pessoas, de suas histórias, de suas fortalezas e fragilidades e, a partir disso, pensem em fotografar”, salientou o tutor, Mário Márcio dos Santos.