A Secretaria Adjunta de Cultura está convocando dois servidores concursados, preferencialmente residentes na Região dos Lagos, para serem alocados de forma fixa na Casa da Flor. Os profissionais que aceitarem ser remanejados serão responsáveis por desempenhar a função de monitores e conservadores do monumento, que é um dos mais importantes patrimônios artísticos e culturais do Brasil. Os servidores interessados no cargo, que atendam aos pré-requisitos, devem procurar a sede da Secretaria, na Casa da Cultura, ou enviar um e-mail para cultura@pmspa.rj.gov.br.
Para ocupar o cargo de conservador da Casa da Flor, é recomendável que os servidores estejam dispostos ao trabalho prático de rotina e que demonstrem habilidades manuais ou artísticas. Os servidores serão treinados por instrutores especializados em restauração, em módulos de execução prática em restauro, higienização, aplicação de biocidas, hidrofugação, dentre outras técnicas. O treinamento contará com a orientação de técnicos do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) – Região dos Lagos e da Prefeitura.
Medidas preventivas
A busca por servidores que possam atuar de forma fixa na Casa da Flor atende às recomendações do último parecer técnico emitido pelo escritório do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) – Região dos Lagos. O relatório, desenvolvido após visita técnica, apontou a necessidade de serviços de conservação preventiva e de ações contínuas de controle, monitoramento e manutenção da Casa, a exemplo da dedicação diária do próprio autor da obra, o artista Gabriel Joaquim dos Santos, ao longo de cerca de 60 anos.
De acordo com o secretário adjunto de Cultura, Thiago Marques, a operacionalização de medidas efetivas em prol da conservação do patrimônio aldeense é uma demanda antiga que a atual gestão vem tentando suprir de forma ágil e responsável.
“A restauração da Casa da Flor é uma prioridade. Já abrimos um processo para a realização das intervenções necessárias e agora estamos empenhados em encontrar servidores que estejam sensibilizados com a causa e que possam servir ao município com a missão de manter preservado um dos mais importantes bens culturais da história da nossa cidade. Estamos falando de um ofício nobre e primordial, que vai deixar um legado e garantir a sobrevivência desse patrimônio em longo prazo”, destacou.
Casa da Flor
A Casa da Flor foi criada em 1923, fruto de um sonho do aldeense Gabriel Joaquim dos Santos, filho de uma índia e de um ex-escravo. Construída com paredes em taipa e esteios em madeira roliça, a edificação chama a atenção por sua ornamentação única, esculpida a partir de cacos de vidro, ladrilhos, restos de obra, mosaicos, pedaços de cerâmica, azulejos, esculturas e todo tipo de material recolhido do lixo, transformado em adornos e enfeites pelas mãos de Gabriel.
Tombado pelo IPHAN como patrimônio histórico e artístico nacional, o imóvel é considerado um dos principais patrimônios artísticos de São Pedro da Aldeia e símbolo de arquitetura espontânea, comparado com os muros do Park Güell, de Antônio Gaudí, em Barcelona.
A Casa da Flor fica localizada na Estrada dos Passageiros, nº 232, no bairro Parque Estoril.