Search

A luta pelo coletivo: assistência social é pautada pela defesa e proteção dos direitos humanos

No dia da categoria, conheça a história da servidora Marcela da Silveira Lobo – assistente social que se orgulha da função de integrar indivíduos à sociedade

Eles são aqueles que remam contra a maré e que vão além das possibilidades. O empenho deles se traduz no lema “demanda surgida, é demanda combatida” e nunca deixam de lembrar que política social não é caridade nem clientelismo, mas sim um direito conquistado.  Lutas, desafios e superação são as principais bandeiras levantadas na batalha diária para garantir a defesa e proteção dos direitos humanos. E o foco está sempre direcionado à coletividade e à integração do indivíduo na sociedade. O Dia do Assistente Social, comemorado neste sábado (15), é dedicado ao profissional que tem sua história pautada em movimentos sociais e populares, intervenções e enfrentamentos.  

A Secretaria  de Assistência Social e Direitos Humanos (SASDH) de São Pedro da Aldeia, pasta que reúne 37 trabalhadores da categoria, das quais 36 são mulheres, presta homenagem aos servidores que são preparados para interpretar a realidade e levar as pessoas a conhecerem os seus direitos e a descobrirem como ter acesso a eles. 

A assistente social e especialista em Política Social, Marcela da Silveira Lobo, aldeense e servidora municipal há cinco anos, diz que toda profissão tem uma função social. “E isso me leva realmente a buscar fazer a diferença. Hoje, entendo que é por meio da informação que carrego, acrescida da visão de sociedade, que tenho feito diferença na minha rua, na minha cidade, na minha região. São as estratégias que formulamos, por meio da nossa capacidade técnica, teórica e ético-política que, muitas vezes, conseguimos viabilizar o acesso da população a suas necessidades básicas”, conta a profissional, lembrando que há três meses, por meio de uma intervenção, possibilitou o acesso de um familiar a um benefício que a não sabia que já podia requerer.

Marcela, filha do eletricista Damião Lobo, que do alto dos seus 72 anos, ainda mantém sua lojinha no bairro Estação, fala com orgulho que  sua escolha pelo curso de Serviço Social, muito  tem a ver com a história da mãe, a saudosa Selma Lobo, empresária, que ao longo da vida também se dedicou a realizar ações sociais para ajudar às pessoas com pouco acesso à rede de proteção. Ela conta que disputou duas vagas na área administrativa de uma universidade privada em Cabo Frio, com cerca de 50 candidatos, já com o objetivo de graduar-se em Serviço Social pela instituição. “Era a oportunidade que eu tinha: de trabalhar lá e estudar. Entrei em setembro, passei pelo estágio de avaliação, de análise curricular, passei por dois meses de experiência profissional e aí quando fui aprovada no estágio experimental, fiz logo inscrição no vestibular. Eu tinha qualquer outra opção de escolha de curso que a universidade oferecia: direito, fisioterapia, engenharia, e optei pelo serviço social porque já fazia parte da minha história, a luta da minha mãe, que era uma mulher que brigava pela igualdade, pela democracia, pela justiça social. Minha mãe tinha essa essência, a de uma vida digna e justa para o próximo, diante de tantas desigualdades. No dia a dia, ela fazia ações, mesmo não sendo profissional do serviço social”, recorda a assistente social. 

Marcela atua na unidade municipal que cuida da gestão do Cadastro Único (CadÚnico) e no Programa Bolsa Família. O programa é nacional, mas a gestão dele é compartilhada entre o governo federal, estados e municípios. “Atuo tanto na área de planejamento, na unidade, como também no atendimento aos usuários, aos indivíduos, e às famílias que são cadastradas no CadÚnico e nas famílias beneficiárias dos programas sociais. Tenho que viabilizar a inserção dessas famílias, aquelas com maiores dificuldades mais do que nunca  preciso atuar nessa parte. Trabalho com orientações em geral participo de reuniões nas estâncias de controle social, realizo palestras sobre cadastro único e Bolsa Família. Faz parte do meu dia a dia, treinar, avaliar, supervisionar estagiários de serviço social”, comentou sobre a sua rotina de trabalho. 

Mais do que viabilizar acessos a serviços, programas, projetos e benefícios socioassistenciais, Marcela conta que os assistentes sociais, têm o dever de contribuir, possibilitar, conduzir a potencialização dos indivíduos e grupos para o exercício dos seus direitos sociais. “Por isso que eu sempre digo que a fala é um dos nossos instrumentos imprescindíveis de trabalho. Mas uma fala com conhecimento, ética, compromisso com a classe trabalhadora. Em meus atendimentos, quando ministro alguma palestra, sempre levo conhecimento de direitos, reflexão da sociedade perversa na qual estamos inseridos visando a desconstrução da lógica do favor, do clientelismo, ainda arraigada na nossa sociedade. Enfim, entendo que também faz parte do meu processo de trabalho possibilitar aos usuários a desconstrução e construção de conceitos”, observou a assistente social, formada há 13 anos e concursada há quase cinco pelo município. 

A profissional lembra ainda que vê a possibilidade sempre pelo coletivo, pelas instâncias de luta, de defesa de direitos, mas também pelo interior das salas de atendimento individual. “Podemos e devemos semear. Temos instâncias democráticas postas aí, que se acontecerem como realmente devem acontecer, já é um avanço. Temos os Conselhos de Direitos, de Políticas Públicas, como o Conselho Municipal de Assistência Social, de Saúde, de Segurança Pública, que precisam ser ocupados pela sociedade. Temos as conferências também como espaços oportunos de participação da população. Muitos não têm conhecimento desses espaços. Precisamos divulgar e sensibilizá-los a se fazerem presentes. A sociedade precisa estar nesses lugares para participar ativamente da formulação, monitoramento e avaliação das políticas públicas. Isso faz parte de um caminho rumo a políticas universais, não restritivas como temos visto no nosso atual cenário. Na verdade, rumo a uma sociedade em que o seu povo tem seus direitos efetivamente garantidos”, arrematou. 

O Serviço Social traçou sua trajetória de atuação, a princípio, com características ligadas à filantropia e ações religiosas. Gradativamente, com a evolução do processo histórico e a partir das exigências do campo de atuação e de uma formação mais qualificada, o perfil profissional passou por uma transformação teórica e metodológica. Assim, rompeu com o conservadorismo e, desde então, é uma profissão que vem se destacando no mercado de trabalho. Hoje, o assistente social é um interventor nas políticas públicas e sociais. É o técnico capacitado para planejar e executar projetos e ações na área social, visando à promoção da qualidade de vida e o exercício dos direitos sociais. 

A categoria profissional vem contribuindo significativamente na construção de uma sociedade democrática, agindo com justiça e equidade social, não apenas como simples mediadora ou intermediária de serviços e recursos. Os profissionais têm trabalhado na potencialização dos indivíduos e grupos de pessoas para o exercício de seus direitos sociais.

Seu cadastro foi realizado

Mais informações serão enviadas para o e-mail que foi cadastrado 

Agradecemos por participar do Censo LGBTQIA+

As informações coletadas serão importantes para quantificar a demanda de atendimento por parte da Secretaria de Assistência Social para a população LGBTQIA+

Se você deseja fazer um agendamento para atendimento com a nossa coordenadoria LGBTQIA+ Clique Aqui