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Palestras conscientizam sobre o Dia de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes

Reunindo profissionais das Secretarias de Assistência Social e de Educação, evento também abordou possíveis causas de automutilação
Foto: Divulgação

A Prefeitura de São Pedro da Aldeia promoveu, na última quinta-feira (19), um evento intersetorial para o enfrentamento ao abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes. A ação foi realizada em alusão ao Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, no CEFOR, sede da Secretaria Municipal de Educação. O evento foi organizado pelas Secretarias de Assistência Social e Direitos Humanos, Educação e Saúde e teve como público-alvo orientadores educacionais, supervisores, diretores e equipes dos CRAS.

O papel da rede de atendimento no enfrentamento ao abuso e à exploração sexual de crianças e adolescentes foi o tema abordado durante o encontro. As palestrantes foram a coordenadora da Criança e do Adolescente de Búzios, Erica Rodrigues; a Delegada da Polícia Federal do Rio de Janeiro, Paula Mary, e a coordenadora da Saúde Mental e integrante da Comissão Intersetorial de enfrentamento a Automutilação e Suicídio de São Pedro da Aldeia, Rosemary Calazans Cypriano.

Para a Delegada de Polícia Federal, Paula Mary, o município atua capacitando seus servidores com relação ao abuso sexual infantojuvenil. “Na proteção à infância, São Pedro da Aldeia desenvolve importantes iniciativas, como a capacitação que realizei no CEFOR, quando pude orientar os educadores, diretores, supervisores e equipes dos CRAS acerca das diversas formas de violência sexual contra crianças e adolescentes e também acerca das possíveis causas de automutilação e como enfrentar essas questões gravíssimas e atuais. Infelizmente, o abuso sexual de crianças e adolescentes ainda não é enfrentado com a seriedade necessária, prova disso é que não só o número de vítimas aumenta, como também a crueldade e intensidade da violência também. Predadores sexuais de crianças vão à caça. São criminosos seriais, que roubam a inocência e causam traumas gravíssimos”, destacou a delegada.

A palestrante e coordenadora da Criança e do Adolescente de Búzios, Erica Rodrigues, falou sobre a iniciativa. “Muito se fala sobre a dificuldade de trabalhar em rede, o que ninguém fala é como trabalhar em rede para garantir os direitos de nossas crianças e adolescentes. Esse encontro foi justamente para trazer essa resposta, todos os atores são fundamentais, desde que tenham um objetivo em comum bem definido e esse objetivo são nossas crianças e adolescentes. Todos precisam atuar de forma estratégica entendendo sua função e atribuição em conjunto com a dinâmica dos fatos e ações. Esse momento é um marco para o fortalecimento do Sistema de Garantias de Direitos da Criança do Adolescente”, afirmou.

Os crimes de pornografia, estupro e assédio de crianças e adolescentes vêm aumentando, inclusive no período da pandemia. No Brasil, esta modalidade de crime hediondo é
alimentada por dinheiro, com redes de comercialização de materiais pornográficos de crianças e adolescentes, sendo duramente combatido pelas polícias.

“É um dever de todos da sociedade proteger os menores, não só neste período como todos os dias. Hoje, a Assistência está junto da Educação, promovendo essa conscientização, porque a gente acredita que esses profissionais irão aprender a ter um olhar sensível a qualquer sinal que a criança possa transmitir dentro das escolas. Somos uma rede de atuação contra o abuso sexual e mutilação dos menores de idade”, declarou Luciana Oliveira.

Também participaram do evento a presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, Fátima Fontelles, e o presidente do Conselho Tutelar, Ubirajara Barenco.

ENTENDA A IMPORTÂNCIA DA DATA

No dia 18 de maio de 1973, uma menina capixaba de Vitória/ES, foi sequestrada, espancada, estuprada, drogada e assassinada numa orgia imensurável. Seu corpo apareceu seis dias depois desfigurado por ácido. Os agressores jamais foram punidos. Após uma forte mobilização, o movimento em defesa dos direitos de crianças e adolescentes conquistou a aprovação da Lei 9.970/2000, que instituiu o 18 de maio como o Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual contra Crianças e Adolescentes. O objetivo é mobilizar a sociedade brasileira, convocando toda população para a luta pelo fim da violência sexual e para o engajamento pelos direitos de crianças e adolescentes.

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