Iniciativa teve como objetivo aperfeiçoar o trabalho realizado pelos profissionais que compõem a Casa de Acolhimento Municipal
Exercer o cuidado, construir vínculos de confiança e manter um olhar vigilante sobre crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social, vítimas de negligência ou abandono, faz parte da rotina de trabalho dos profissionais que atuam na Casa de Acolhimento Municipal (CAM). Para aprimorar esse serviço, muitas vezes desafiador, a Secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos promoveu uma capacitação voltada aos cuidadores que compõem a equipe técnica do abrigo.
A capacitação, realizada por videoconferência via Google Meet, teve como tema “Cuidados específicos para crianças e adolescentes acolhidos” e foi mediada pela assessora institucional da equipe da gestão do Sistema Único de Assistência Social (SUAS) da Secretaria, Elisani Costa. De acordo com a profissional, a iniciativa faz parte de um programa de capacitação continuada aos trabalhadores do SUAS.
“Considero de fundamental importância manter essas capacitações, de forma contínua, frente aos desafios que surgem no cotidiano da nossa instituição de acolhimento, que tem na figura do cuidador o profissional que atua em contato direto com os acolhidos. Esses profissionais necessitam estar atualizados sobre as temáticas que envolvem a sua função, tão importante para o desenvolvimento psicológico, afetivo e cognitivo desses jovens”, ressaltou Elisani.
Cuidado acolhedor
Atualmente, a Casa de Acolhimento de São Pedro da Aldeia conta com quatro jovens em abrigo temporário, na faixa etária entre 14 e 17 anos, que recebem acompanhamento de acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Os adolescentes encontram-se sob medida protetiva por determinação judicial, em decorrência da violação de direitos, ou ainda pela impossibilidade de cuidado e proteção por sua família, e, por estarem em situação de extrema vulnerabilidade, precisam receber atenção e cuidados específicos até que seja possível o seu retorno ao convívio familiar ou em uma família substituta.
Para o assistente social Marcelo Alcântara, um dos palestrantes da capacitação, o encontro virtual serviu para dar maior clareza sobre a importância do papel de cada cuidador dentro do ambiente de acolhimento. “O trabalho executado pelos cuidadores não se resume apenas as atribuições voltadas ao auxílio nas atividades da vida diária. É um cuidado que significa atenção, precaução, cautela, dedicação, carinho e responsabilidade. Cuidar também é perceber a criança como ela é e como ela se mostra, seus gestos e falas, suas dores e emoções”, disse o assistente social, responsável por abordar o tema “O ato de cuidar no Serviço de Acolhimento Institucional inserido na Política de Assistência Social”.
Entre os assuntos abordados durante a sua fala estiveram o Sistema de Garantia de Direitos e a importância da atuação integrada entre os órgãos, como Ministério Público e Conselho Tutelar.
Abordando o tema “Um olhar para criança e adolescente: O olhar do cuidado”, a psicóloga Mariana Mendes falou aos cuidadores sobre os impactos da institucionalização na vida dos acolhidos e da importância do apoio psicológico na superação de traumas e na minimização dos danos que a violação de direitos pode causar na vida de crianças e adolescentes.
Por fim, o enfermeiro Eduardo Barbosa Lima discorreu sobre o tema “Cuidados e Intercorrências em Unidades de Acolhimento para crianças e adolescentes”, destacando os cuidados preventivos e imediatos em relação a possíveis acidentes na Casa. A abordagem passou por aspectos como administração de medicamentos, como agir em caso de engasgos e procedimentos de primeiros socorros em casos de ferimento.