O Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) de São Pedro da Aldeia promoveu um sarau literário na Casa dos Azulejos, sede da Secretaria Municipal de Turismo, para lançar o livro “Há coisas que só saem por escrito”, uma coletânea de poemas produzidos pelos próprios usuários do serviço. O evento celebrou a potência da expressão escrita como ferramenta terapêutica e de inclusão.
A assessora especial da Saúde Mental, Rosemary Calazans, destacou a importância da iniciativa e reforçou que a atual gestão tem atuado para dar visibilidade às pessoas em sofrimento psíquico, ampliando o acesso à cultura, ao esporte e ao lazer. “O trabalho do CAPS é garantir direitos. A Jaqueline faz uma gestão dedicada, criativa, que tira nossos usuários da invisibilidade e mostra que eles são produtivos, capazes e transformadores. Ver esse livro pronto é testemunhar vidas sendo reconstruídas”, afirmou Rosemary, agradecendo também o apoio da Secretaria de Saúde e do prefeito na construção das ações de saúde mental no município.



A coordenadora do CAPS, Jaqueline Fernandes, também se emocionou ao falar sobre o projeto. Ela explicou que a coletânea nasceu durante sessões terapêuticas conduzidas pela psicóloga Fabiana, quando um dos usuários revelou que algumas emoções só conseguiam ser expressas por escrito. “Ver usuários tímidos ganhando confiança, participando e até falando ao microfone foi muito gratificante. Lançar um livro é um desafio, mas se tornou possível graças ao apoio da Secretaria de Saúde, que acreditou no projeto e viabilizou a publicação. O mérito é todo deles dos autores, de sua sensibilidade e criatividade. Hoje, eles viveram um marco na história de suas vidas”, destacou.
De acordo com a psicóloga Fabiana Castro, uma das responsáveis pelo grupo terapêutico de poesias, a iniciativa surgiu como uma alternativa para usuários que tinham dificuldade de se expressar verbalmente. “O grupo nasceu da necessidade de abrir caminhos para outras formas de expressão. Inspirada em Annemarie Mol, trabalhamos a lógica do cuidado como rede, como relação. Aqui, afetos e ideias se misturam. É um espaço de ‘coafetação’, onde todos se transformam, inclusive eu, como facilitadora”, pontuou.
Durante o sarau, os autores participaram de uma simbólica sessão de autógrafos, celebrando a conclusão de um trabalho que representa autonomia, expressão, cuidado e presença. O livro “Há coisas que só saem por escrito” ficará disponível na Biblioteca Municipal para consulta pública, permitindo que toda a comunidade conheça as poesias que carregam emoção, leveza e importantes reflexões.
