Adolescentes que vivem na Casa de Acolhimento Municipal (CAM) colaboraram com a criação de um jardim no quintal de entrada do imóvel. Os jovens não só ajudaram no plantio, como também deixaram a criatividade fluir ao decorar a área e pintar pneus, que foram transformados em vasos para receber as plantas. Os artefatos foram doados por algumas borracharias próximas da instituição.
“Com a concepção de um espaço humanizado, agradável e com ações concretas, teremos mais chances de avançar na qualidade de vida dos jovens”, ressalta Tatiane Aquino, coordenadora da Cam.
A ideia foi abraçada por várias secretarias, que desenvolveram um trabalho coletivo: a de Agricultura, Abastecimento e Trabalho doou as mudas das plantas e a terra adubada; a de Assistência Social e Direitos Humanos (SASDH) cedeu as tintas; já o Conselho Tutelar, órgão ligado à SASDH, enviou um dos conselheiros para que colaborasse com os seus conhecimentos técnicos sobre plantio.
O professor Ubirajara Ramos, conhecido como Bira, domina técnicas de semeaduras de plantas, criação de hortas e jardinagem. Ele ressaltou o empenho dos jovens acolhidos durante a confecção do jardim. “Cada pneu recebeu um carrinho de mão de terra adubada. Os acolhidos ajudaram bastante e começaram a gostar de mexer com a terra. Haviam muitas pedras decorativas entulhadas num canto esquecido e eles carregaram para ajudar a enfeitar o jardim. Alguns colocaram os seus nomes, assumindo a tarefa de cuidar, regar, ou seja, uma rotina para eles, uma verdadeira terapia”, disse Bira.
Entre as espécies plantadas pelos adolescentes, estão a Palmeira Mini Imperial, Palma Santa Rita, Azeitona Doce, Palmeira, Areca, Bambu, Murta, Begônia, Anturio, Ixora, Cróton, Araçá, Espada de São Jorge e Grumixama.
A Casa de Acolhimento
A instituição é destinada ao atendimento, cuidado e proteção integral de crianças e adolescentes da cidade e da região que estejam em situação de vulnerabilidade social ou familiar. Atualmente, sete jovens vivem na instituição.
Inaugurada em 2015, a CAM já abrigou 77 adolescentes de 12 a 18 anos. O trabalho é voltado para a preservação e fortalecimento das relações familiares e comunitárias de acordo com os preceitos do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), com o objetivo de viabilizar, no menor tempo possível, o retorno seguro ao convívio familiar, prioritariamente ao núcleo de origem e, excepcionalmente, em família substituta (por meio de adoção, guarda ou tutela).