Considerado o maior ativista intersexual do Brasil, o sociólogo Amiel Vieira participará na próxima terça-feira (2), às 15h30, de uma videoconferência sobre o reconhecimento da luta de travestis e transexuais no Brasil. O debate será mediado pela coordenadora da política de Direitos Humanos LGBTI do município de São Pedro da Aldeia, Thaís Bastos, e voltado para os agentes da secretaria, como parte da programação que marca o Dia da Visibilidade Trans, comemorado nesta sexta-feira (29).
A palestra de Amiel, que é doutorando em bioética e ética aplicada à saúde coletiva pela UFRJ, tem como objetivo explicar a melhor forma de promover o atendimento e o acolhimento da população trans e intersexo nos equipamentos da assistência social da cidade, com base nas leis que regulamentam e asseguram os direitos dessa população. Outro ponto a ser discutido entre os agentes públicos e o sociólogo será como orientar, prevenir e combater o preconceito por meio do debate, da promoção da cultura do respeito e não-violência ao atendido. A ideia é explicar sobre a qualidade no atendimento ao usuário e o acompanhamento individual e familiar oferecido pela rede socioassistencial.
Thais Bastos, assistente social da Secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos (SASDH) lembra que houve mudanças significativas nos últimos anos quanto às questões legais do uso do nome e também com relação à realização de cirurgia e tratamento de redesignação sexual no Sistema Único de Saúde (SUS). “No entanto, somos o país que mais mata travestis e transexuais no mundo. Devido a esses números expressivos é que precisamos trazer à tona questões tão importantes como estas”, diz Thaís, ressaltando ainda a importância do combate à transfobia em resposta ao crescimento da violência às pessoas da comunidade.
DATA: No dia 29 de janeiro de 2004, mulheres transexuais, homens trans e travestis foram a Brasília lançar a campanha “Travesti e Respeito” para promover a cidadania e o respeito entre as pessoas e que mostrasse a relevância de suas ações no Congresso Nacional. Foi o primeiro ato nacional organizado pelas próprias trans, de maneira que não só a data é lembrada e celebrada, como diversas manifestações e passeatas aconteceram ano após ano para reafirmar a importância da vida dessas pessoas.