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Evento celebra 1º ano da Patrulha Maria da Penha em São Pedro da Aldeia

Encontro contou com a presença de autoridades, além de palestras e depoimentos
O evento contou com a presença de autoridades | Fotos: Renan Freitas

Com mais de mil atendimentos entre orientações, flagrantes e acompanhamentos, a Patrulha Maria da Penha celebrou o marco de um ano com um evento comemorativo na quinta-feira (30/11). Com a presença de autoridades municipais e do Estado, o encontro também contou com palestras e depoimentos comoventes de mulheres que puderam recomeçar suas vidas graças ao trabalho da Patrulha. 

O prefeito Fábio do Pastel compôs a mesa de abertura e declarou o empenho do município em conquistar mais viaturas para ampliar ainda mais a abrangência da Patrulha Maria da Penha na cidade. “O sentimento é de trabalho bem executado, com a prefeitura dando todo o apoio para a nossa equipe da Patrulha Maria da Penha. Nós estamos buscando mais dois carros junto ao Governo Federal, por meio da deputada federal Soraya Santos, e temos certeza que vamos conseguir oferecer um atendimento ainda mais ágil. Toda a equipe é muito engajada e se destaca muito bem, sendo referência na região. Estamos fazendo palestras nas escolas, nas igrejas, auxiliando as mães e levando informação a toda família sobre o combate à violência contra mulher e, com isso, melhorando a qualidade de vida de todos”, declarou Fábio do Pastel.

Depoimentos reais

Além dos dados apresentados pela coordenadora da Patrulha Maria da Penha aldeense, GCM Rosana Andrade, que somam mais de mil atendimentos, o evento contou com palestras informativas e de autoconhecimento, além de relatos de mulheres que viveram situação de violência ou que tiveram casos na família.

Uma assistida da Patrulha, advogada no município, fez questão de dividir sua história para os presentes. “No dia que aconteceu, era uma segunda-feira, fui agredida pelo meu pai. Estava sentada no Ministério Público, machucada, quando a GCM Andrade veio até mim e perguntou se estava tudo bem, se precisava de ajuda. Sim, eu precisava. Recebi todo acolhimento e todo apoio. Meu muito obrigada a todo efetivo, vocês fizeram a diferença na minha vida”, relatou.

Empresária de sucesso em São Pedro da Aldeia, relatou sua experiência de ter passado por um casamento de 9 anos em que era constantemente agredida até conseguir a medida protetiva. “Cada vez que ele me batia, eu juntava minhas coisas e ia para o ponto de ônibus para tentar chegar até a rodoviária, mas, naquela época, eu não tinha os R$ 0,80 da passagem. Eu não podia trabalhar fora, então era completamente dependente financeiramente dele. Cheguei ao ponto em que não aguentava mais. Foi quando comecei a empreender de casa mesmo, contra a vontade dele, consegui sair de casa e chegar até os meus pais, onde me refiz. O dia que consegui a medida protetiva, foi minha carta de liberdade. Foi a primeira vez que me senti segura saindo na rua”, relembrou. O depoimento emocionou a todos e ela destacou que o motivo para estar abrindo essa parte da sua história para as pessoas presentes, foi para reforçar que a violência doméstica pode acontecer com qualquer pessoa e que é possível sair dessa situação.

Uma educadora do município também relatou uma experiência mais recente de sua própria família e como ela pode contar com o apoio da Patrulha Maria da Penha. “Eu precisei da Patrulha Maria da Penha para minha família. Meu sobrinho, usuário de álcool, agrediu a mãe, minha irmã. Foi muito difícil, a gente acha que essas situações não vão acontecer perto da gente. A Patrulha, como sempre, acolhedora, esteve presente, acompanhou todo o caso, e nós conseguimos prender o meu sobrinho. Estou aqui para mostrar que a Lei Maria da Penha não é apenas para casos de violência entre relacionamentos amorosos, mas a violência familiar doméstica contra a mulher também é assistida pela Patrulha”, contou.

 Palestras de conscientização e autoconhecimento

Advogada e idealizadora do projeto Papillon, que combate a violência doméstica e familiar contra mulheres, Shenya Mendes, palestrou a respeito do seu trabalho e contou sua própria história. “Imaginem vocês, eu, uma advogada criminalista, precisando dessa intervenção não uma, mas diversas vezes, até eu conseguir sair desse relacionamento. Eu sou brava, preciso ser na minha profissão, mas quando cheguei na delegacia para registrar o boletim de ocorrência, só conseguia chorar”. Hoje, ela está à frente de um projeto que já alcançou mais 1.500 vítimas de violência, mais de 1000 crianças e adolescentes afetados. Papillon significa borboleta em francês, símbolo da transformação e passagem de ciclos. O projeto não fala apenas com as mulheres, pois segundo Mendes, para verdadeiramente quebrar o ciclo da violência é necessário conscientizar o homem que a cometeu. Os números impressionam, mas mais de 600 homens já participaram do projeto. Destes, ela aponta 200 lares transformados.

“De cara com a morte” foi o tópico abordado sem meias palavras pelo psicanalista e palestrante na área de inteligência emocional, Marcelo Neves de Oliveira. Voltada aos profissionais que vestem suas fardas todos os dias sem saber quais tipos de ocorrência vão encontrar, ele convidou a todos para a uma jornada de autoconhecimento e desmistifica a necessidade de acompanhamento psicológico em funções com alto nível de estresse. 

Autoridades prestigiaram o evento

Além do secretário municipal de Segurança e Ordem Pública, Diego Alves, e do secretário adjunto da pasta, José Renato Pinheiro, o promotor Felipe Soares Tavares Morais também integrou a mesa de abertura e apontou que acompanha o trabalho realizado pela Patrulha no município e elogiou a dedicação da equipe. O delegado da 125ª DP,  Milton Siqueira Júnior também parabenizou a atuação da Patrulha e destacou que, como novo morador da cidade, está à disposição para todo o apoio necessário, auxiliando a compor a rede de combate à violência e em prol da proteção da mulher. 

A coordenadora do Núcleo de Atendimento à Violência Intrafamiliar (NAVI), Gabrielle Ferreira e o presidente do Conselho Tutelar, Ubirajara Ramos Barenco destacaram a importância do trabalho conjunto e intersetorial para garantir o acolhimento e atendimento humanizado das mulheres em situação de violência durante todo o processo de denúncia, desde as orientações prestadas, à condução para realizar o boletim de ocorrência e o acompanhamento após o registro.

A secretária de Educação, Sheila Atala, e demais representantes da pasta acompanharam o evento. A  diretora do departamento de Direitos Humanos da Secretaria de Assistência Social, Luciana de Oliveira esteve presente junto ao secretário adjunto de Fazenda, Gustavo Amôedo, e a equipe da Sala do Empreendedor. O chefe de gabinete, Moisés Batista e o assessor Felipe Macedo acompanharam o prefeito. Representando o legislativo municipal, estiveram presentes os vereadores Mislene Conceição e Jean Pierre. 

As Guardas Civis Municipais de Armação dos Búzios, Arraial do Cabo, Cabo Frio, Casimiro de Abreu, Iguaba Grande e Rio das Ostras, com as respectivas Patrulhas Maria da Penha, além do Sargento Fiuza e a Cabo Andreia da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro, representando o Tenente Sandro, oficial de ligação da Patrulha Maria da Penha da PMERJ, também prestigiaram o evento. Destacando ainda mais a rede de cooperação no combate à violência doméstica e representando o Centro Especializado de Atendimento às Mulheres em situação de violência (Ceam) polo de Cabo Frio, Olga Figueiredo também é a secretária executiva do Conselho Municipal do Direito da Mulher de Cabo Frio, que parte da Superintendência dos Direitos da Mulher.

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