A Praça Agenor Santos (Praça da Matriz), em São Pedro da Aldeia, foi o cenário para o 2º Festival Casa da Flor, promovido pela Secretaria Municipal de Cultura, e o Festival Literário Energia Para Ler, realizado pela Motivos Produções em parceria com a Prefeitura. Mais de dois mil estudantes da cidade participaram dos três dias de programação conjunta, que incluiu diversas atrações gratuitas nas áreas de literatura, dança, música, teatro e animação infantil. O Energia para Ler tem patrocínio do Governo do Estado, por meio da Lei de Incentivo à Cultura, e da Enel. A passagem do projeto itinerante pelo município teve o apoio das Secretarias Municipais de Educação e de Cultura.
Com cerca de 10 horas diárias de programação, os festivais reuniram artistas locais e nacionais, espetáculos infantis e saraus literários, além de apresentações de grupos de dança e bandas marciais de escolas. Os alunos participantes puderam brilhar no palco temático montado na praça durante os “shows de talentos”. Ao longo de três dias, o público também teve acesso a uma biblioteca com mais de cinco mil títulos literários à venda, além de espaços instagramáveis.
Fotos: Raíra Morena e Thiago Ruivaco/Divulgação SEMUC PMSPA
Mais de 35 unidades escolares da rede municipal e estadual de ensino participaram do festival literário, abrangendo estudantes dos segmentos de Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio. A secretária municipal de Educação, Danielle Corrêa, comemorou o sucesso do evento. “Foram três dias de muita celebração, de muitas atrações e entretenimento para os nossos alunos, que foram os verdadeiros protagonistas desse evento. O espaço ficou lotado, as crianças se divertiram muito e puderam mostrar os seus talentos e criatividade. Para os alunos, participar de uma programação tão vibrante e educativa como essa é muito significativo e certamente irá refletir positivamente em sala de aula, com os professores, e em casa, com as suas famílias. O Festival foi um sucesso e não medimos esforços para fazer com que esse projeto acontecesse com eficiência e total brilhantismo”, destacou.
Fotos: Raíra Morena/Divulgação SEMUC PMSPA
Além dos kits literários entregues às escolas, mensagens de incentivo à leitura também estiveram presentes em totens e nas performances. A programação contou, ainda, com apresentações de livros, bate-papo literário e contação de histórias de autores da Academia de Letras de São Pedro da Aldeia (ALSPA).
Foto: Thiago Ruivaco/Divulgação SEMUC PMSPA
Idealizador do Festival Energia Para Ler, o artista e produtor cultural Rodrigo Lobo falou sobre a 4ª temporada do evento, inédito no município. “São Pedro da Aldeia foi a segunda cidade da Região dos Lagos a receber o Festival e a cidade nos surpreendeu muito positivamente. Nosso objetivo principal é aproximar o leitor do livro e acredito que nós plantamos essa semente aqui. Preparamos tudo com muito carinho, unindo diferentes linguagens artísticas. As equipes das Secretarias Municipais de Educação e de Cultura estiveram atuantes com muita força e muita alegria nesses três dias. As crianças são a alma do Festival Energia Para Ler e a Secretaria de Educação ofereceu uma logística perfeita, trazendo e levando os alunos, os gestores e professores, que também curtiram bastante conosco. Foi maravilhoso também poder alinhar a nossa programação com esse movimento tão pungente na cidade, que é o Festival Casa da Flor. Agregá-lo ao nosso evento nos honrou muito”, finalizou Rodrigo.
Fotos: Raíra Morena/Divulgação SEMUC PMSPA
Outro destaque do Energia Para Ler foi a realização do “Concurso das Artes – Luzes da Cidade”. Apoiado nos eixos temáticos “Leitura, Sustentabilidade e Cidadania”, o concurso teve o objetivo de dar relevo e premiar os talentos da cidade por meio dos jovens e crianças, estimulando-os a apresentarem trabalhos em áreas como desenho, poesia e audiovisual.
A aluna do nono ano da E. M. Profª. Dulcinda Jotta Mendes – Cívico-militar, do bairro São João, Demilly Barreto foi a grande vencedora do concurso. A estudante de 16 anos uniu o universo da leitura e da sustentabilidade, apresentando um vestido confeccionado a partir de recortes de revistas. “A categoria que eu participei foi de audiovisual e eu fiz um vestido todo de papel, que é um material reciclável, para mostrar que aquilo que poderia ser jogado fora pode servir para criar algo novo. Fiquei muito feliz em ter participado e o apoio e a motivação que eu recebi da Escola foram muito grandes. Gostei muito do Festival, porque incentivou nós, alunos, a não desistirmos dos nossos sonhos”, destacou a aluna, premiada com um smartphone.
Fotos: Thiago Ruivaco/Divulgação SEMUC PMSPA
A professora de Língua Portuguesa e de Produção Textual da unidade, Cristina Braga, enalteceu a passagem do evento pela cidade. “A chegada do Festival Energia Para Ler foi uma felicidade sem tamanho, porque nós precisamos de projetos que incentivem a leitura nas nossas crianças, nos nossos jovens e adultos. Saber que nós estamos estimulando os nossos estudantes a trilharem o caminho do crescimento e do aprendizado é uma alegria muito grande. Parabéns à Secretaria de Cultura e a Secretaria de Educação que possibilitaram essa iniciativa. Foi uma experiência maravilhosa”, disse.
O festival literário também contou com um Seminário de Educação e Cultura, realizado no Teatro Municipal Dr. Átila Costa, voltado a educadores e fazedores da cultura da cidade. A programação foi marcada por homenagens aos dois patronos do Festival Energia Para Ler: a professora e secretária municipal de Educação, Sheila Atalla, falecida em maio deste ano, e o assessor histórico da Casa da Flor, Valdevir Soares dos Santos, sobrinho-neto de Gabriel Joaquim dos Santos.
Fotos: Raíra Morena/Divulgação SEMUC PMSPA
101 anos da Casa da Flor
Completando 101 anos de sua ornamentação em 2024, a Casa da Flor – um dos principais patrimônios culturais de São Pedro da Aldeia – foi um dos temas de destaque durante o evento. Sob a iniciativa da Secretaria Municipal de Cultura, a segunda edição do Festival Casa da Flor levou para a praça atrações especialmente dedicadas à valorização da obra, consagrada patrimônio histórico e artístico nacional, e à memória do artista e criador, Gabriel Joaquim dos Santos.
Fotos: Raíra Morena/Divulgação SEMUC PMSPA
Estrelada pela Companhia de Teatro Municipal, a encenação de “A Casa feita de cacos” emocionou o público ao apresentar detalhes sobre a trajetória de Gabriel. A dramaturgia documental, dirigida por Ana Fernanda Corrêa, aborda o legado do artista, que entrou para a história ao criar uma obra-prima de interesse universal – um testemunho de seu talento, força e obstinação em transcender a dura realidade de sua vida.
Fotos: Raíra Morena/Divulgação SEMUC PMSPA
Os alunos das oficinas de teatro da Escola de Artes Municipal Diretora Luiza Maria Leal Mendes também abrilhantaram a programação com as apresentações dos esquetes “Hakuna Matata”, “As Camareiras”, “Queijo & Goiabada” e “Vips”, que divertiram a criançada. O instrutor da oficina de Dança de Salão, Alex Salles (Lelek), também agitou o público com aulões de dança. O Festival foi encerrado com o concerto da Orquestra Sons da Aldeia, sob a regência do maestro Jorge Rafael Goes, apresentando uma seleção de sucessos da Música Popular Brasileira e do pop internacional.
Fotos: Raíra Morena e Thiago Ruivaco/Divulgação SEMUC PMSPA
Durante todo o evento, o público pôde conferir de perto dezenas de peças confeccionadas por artesãs e empreendedoras artesanais, entre integrantes da Casa do Artesão e participantes das Feiras Culturais Itinerantes. A feira de artesanato ofereceu uma variedade de produtos e itens da gastronomia artesanal, incluindo bordados alusivos à Casa da Flor, produzidos pelo Coletivo das Mulheres Bordadeiras de São Pedro da Aldeia.
Fotos: Raíra Morena/Divulgação SEMUC PMSPA
A programação também contou com uma palestra do arquiteto do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), Ivo Barreto, mestre em Projeto e Patrimônio e um dos profissionais integrantes da equipe que conduziu o tombamento da obra, de 2012 a 2016. “A aproximação dos dois festivais me deixou extremamente satisfeito, porque dá a possibilidade de compreender um pouco mais afundo a figura do Gabriel, um sujeito negro, que no seu tempo do pós-abolição soube, através da arte, transformar o seu lugar dentro da sociedade e comunicar um pouco do que passava grande parte da população como ele”, destacou Ivo.
Fotos: Raíra Morena/Divulgação SEMUC PMSPA
Presente durante todo o evento, o secretário municipal de Cultura, Thiago Marques, enalteceu a realização de mais um Festival Casa da Flor. “Este foi o segundo ano que realizamos o Festival Casa da Flor e pela primeira vez de forma integrada à programação do Festival Literário Energia Para Ler. Falar sobre a Casa da Flor e sobre o ‘Seu’ Gabriel é uma forma de celebrar, valorizar e manter viva a memória histórica e cultural da nossa cidade. Ficamos muito felizes com o resultado e por ver tantas pessoas, de todas as idades, participando da programação. Foram três dias de muitas atividades educativas, literatura, artesanato, teatro, dança e música na praça, com a participação especial dos nossos equipamentos culturais, dos nossos artesãos e alunos da Escola de Artes Municipal”, finalizou.
Fotos: Raíra Morena/Divulgação SEMUC PMSPA
Como parte do evento, a Secretaria Municipal de Cultura também realizou a entrega dos certificados aos artistas contemplados no Edital de Chamamento Público nº 14/2023 da Lei Paulo Gustavo, batizado de “100 Anos Casa da Flor”. O Edital destinou R$255.543,47 para a premiação de artistas e agentes culturais de diversos segmentos, que prestaram relevante contribuição ao desenvolvimento artístico cultural no município.
Foto: Thiago Ruivaco/Divulgação SEMUC PMSPA