Atenção e cuidado na proteção da mulher vítima de violência doméstica. Com esta visão, a Patrulha Maria da Penha de São Pedro da Aldeia se mantém atenta às atualizações e trocas de experiências com outros municípios e o Estado. O grupamento da Guarda Civil Municipal esteve presente no fórum de lançamento do Dossiê Mulher 2023, realizado na terça-feira (31/10), no Rio de Janeiro. O documento anual feito pelo Instituto de Segurança Pública (ISP) reúne um compilado com dados e análises dos casos de violência contra a mulher, visando gerar mais visibilidade sobre o tema. (ACESSE AQUI).
A coordenadora da patrulha, a guarda civil municipal Rosana Andrade, representou a Secretaria de Segurança e Ordem Pública no evento junto ao patrulheiro GCM Ruan. Para a GCM Andrade, todo assunto que venha acrescentar e melhorar o desenvolvimento do município merece um olhar mais atento da Patrulha. “Os painéis e pautas abordados foram muito importantes para o crescimento e o aprendizado a serem aplicados não só no município, como também nos atendimentos para o Estado e para palestras que venhamos executar. O dossiê é um documento muito importante, em que a gente consegue, por meio dos dados, ter um olhar diferenciado às necessidades da mulher que está vivenciando uma situação de violência. Uma fala que eu vou guardar para a vida foi: só entende, quem atende. Nós, como patrulheiras, estamos na ponta da lança e entendemos muito as vivências das vítimas”, relatou.
Andrade destacou, ainda, a indicação feita no evento para uma alteração na Lei Maria da Penha para incluir no registro de ocorrência se a mulher tiver alguma deficiência. Neste caso, a pena seria agravada.
O governador Cláudio Castro e a secretária de Estado da Mulher, Heloisa Aguiar, estiveram presentes no lançamento do Dossiê Mulher, que analisou, pela primeira vez, o perfil etário dos autores de violência contra as mulheres.
Também representaram o município de São Pedro da Aldeia, a secretária adjunta de Assistência Social e Direitos Humanos, Denise Campos; a diretora do Departamento de Direitos Humanos, Luciana de Oliveira; além de representantes do Núcleo de Atenção à Violência Intrafamiliar (NAVI).
Representatividade
Uma presença importante chamou a atenção de todos presentes. Nair Jane de Castro Lima, 91 anos, é uma ativista com importante legado social e político como defensora dos humanos. A trabalhadora doméstica participou da formação da Central Única dos Trabalhadores (CUT), foi uma das fundadoras da Confederação Latino-Americana e do Caribe das Trabalhadoras Domésticas e do sindicato da categoria na baixada fluminense.
Nair recebeu o Prêmio Bertha Lutz, do Senado Federal e, em 2019, foi homenageada com o “Diploma Mulher-Cidadã Leolinda de Figueiredo Daltro” na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj). Um documentário sobre sua trajetória foi produzido pelo Conselho Estadual dos Direitos da Mulher do Rio de Janeiro (Cedim/RJ) durante a gestão da sociedade civil, por meio do aditivo ao Projeto Mulher Mais Segura. (ASSISTA AQUI).
Dossiê Mulher 2023
Segundo o documento divulgado pelo Instituto de Segurança Pública (ISP), o Estado do Rio de Janeiro registrou 7.363 casos de violência sexual contra mulheres no ano de 2022. Este foi o número mais elevado dos últimos nove anos.
Dentre os crimes mais registrados, está o estupro, com 4.907 casos. Ele vem seguido por importunação sexual, com 1.642 ocorrências.
O documento baseado em casos do ano de 2022 destaca que, pelo segundo ano consecutivo, a violência psicológica foi o crime com o maior número de vítimas mulheres. Foram 43.594 vítimas apenas no ano passado.
Outro ponto importante destaca que 67,6% dos crimes ocorreu dentro de casa e a maioria foi cometida por alguém conhecido da vítima. A maior parte das vítimas tinha de 30 a 59 anos e mais da metade eram negras.
De acordo com o dossiê, a Lei Maria da Penha foi aplicada em 63,5% dos casos, exemplificando o predomínio da violência doméstica e familiar.