No mês do Meio Ambiente, a Prefeitura de São Pedro da Aldeia convida toda a população a participar da nova audiência pública para criação da Unidade de Conservação Ilha dos Macacos. O evento será realizado no Assentamento Ademar Moreira, no bairro São Mateus, na quarta-feira (11/06), às 9h. O objetivo é apresentar, com transparência, à sociedade civil e organizada a relevância de se ter este espaço de preservação ambiental na cidade.
O secretário de Meio Ambiente e Pesca, Mario Flavio Moreira, destaca a importância de se criar a Unidade de Conservação no município. “Nosso objetivo é preservar as espécies endêmicas e a vegetação, além de proteger o macaco bugio, que é o símbolo do local”, apontou.
Em 2024, a UC foi tema de audiência pública, na Câmara Municipal. A criação de uma unidade de conservação também favorece o município em questões como o ICMS Verde e conta pontos para a classificação da cidade no ranking de preservação ambiental estadual.
Entenda a importância da Unidade de Conservação na Ilha dos Macacos
O município recebeu um parecer técnico-científico assinado por pesquisadores do Jardim Botânico do Rio de Janeiro e Instituto Estadual do Ambiente (Inea). O local identificado para a Unidade de Conservação fica na região do médio Rio Una. De acordo com o documento, há no pântano do Trimumu um dos poucos fragmentos de Mata Atlântica poupados do desmatamento ordenado pelos jesuítas a partir do século XVII. O trecho da floresta madura principal é conhecido como Ilha dos Macacos, com demais trechos conectados com floresta em regeneração natural há 40 anos.
Um dos animais que vivem nessas florestas é o macaco bugio-ruivo (Alouatta guariba clamitans), considerado uma espécie vulnerável pela lista vermelha da União Internacional pela Conservação da Natureza (IUCN) e pela Portaria nº 148/2022 do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima.
A criação da UC também visa favorecer a preservação de mais onze espécies ameaçadas de extinção conforme a lista vermelha da flora nacional e duas dezenas de espécies de interesse conservacionista. O documento recebido pela Prefeitura ressalta, ainda, espécies consideradas novas para a ciência, como uma variação da Cannabaceae e da Malvaceae em processo de descrição, existente apenas na Ilha dos Macacos, com base em estudos realizados até o momento, entre outros.