Iniciativa, promovida pela Comissão Municipal Intersetorial de Enfrentamento a Automutilação e Suicídio, é voltada a técnicos e cuidadores da CAM
Desenvolver uma escuta qualificada junto à crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social, vítimas de negligência ou abandono, é um dos pilares do trabalho dos profissionais que compõem a equipe da Casa de Acolhimento Municipal (CAM) de São Pedro da Aldeia. Para auxiliar nesta árdua tarefa cotidiana, a Comissão Municipal Intersetorial de Enfrentamento a Automutilação e Suicídio promoveu uma capacitação para técnicos e cuidadores da CAM, visando o aprimoramento da escuta acolhedora, do apoio emocional e a identificação de sinais de comportamento suicida.
Com o tema “Escutar para Cuidar”, a capacitação foi realizada on-line, via aplicativo Google Meet, como parte do plano de trabalho da Comissão Municipal Intersetorial de Enfrentamento a Automutilação e Suicídio, formada por membros das secretarias municipais de Assistência Social e Direitos Humanos, de Saúde e de Educação.
De acordo com a representante da pasta de Assistência Social e coordenadora de políticas públicas para Criança e Adolescente, Luciana Oliveira, a proposta foi levantar reflexões sobre os fatores de proteção para o comportamento suicida. “É importante que a equipe técnica, os cuidadores, e todos que fazem parte da equipe da CAM estejam cientes desses sinais e sintomas para poderem fazer as devidas intervenções”, disse.
Acolhimento qualificado
A capacitação foi conduzida pela diretora do Programa Municipal de Saúde Mental, Rosemary Calazans. Para ela, a roda de conversa virtual serviu também para alertar sobre a importância do acolhimento qualificado, por meio de uma simples conversa. “A capacitação foi pensada exatamente com o propósito de gerar um espaço de escuta dos profissionais que trabalham com os adolescentes acolhidos e lidam com várias situações de riscos. Esses jovens trazem seus sofrimentos, na maioria das ocasiões, retratando gravidades que não conseguem por diversas vezes falar e acabam expressando através de seu corpo, por meio de automutilação ou até mesmo tentativas de suicídio”, explicou Rosemary.
Atualmente, a Casa de Acolhimento Municipal conta com quatro jovens em abrigo temporário, na faixa etária entre 14 a 17 anos, que recebem acompanhamento terapêutico de acordo com os preceitos do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). A equipe técnica é composta por um assistente social, um psicólogo, oito cuidadores, dois auxiliares de cozinhas, um motorista e um vigia.