O 3º Festival Casa da Flor movimentou a Praça Agenor Santos, em São Pedro da Aldeia, com uma programação cultural diversificada, que reuniu teatro, dança, música, literatura e feira de artesanato. O evento, realizado pela Secretaria Municipal de Cultura, celebrou os 102 anos desse patrimônio histórico e artístico da cidade aldeense.
A abertura oficial foi conduzida pelo secretário de Cultura, Thiago Marques, que ressaltou a importância de valorizar os artistas locais e o legado do criador da Casa da Flor, Gabriel Joaquim dos Santos. “Celebrar a Casa da Flor é celebrar a essência do povo aldeense. Essa obra, feita de cacos e sonhos, é um símbolo da nossa força criativa e da capacidade de transformar simplicidade em arte. O festival representa a continuidade desse legado, valorizando nossos artistas, artesãos e o fazer cultural da cidade”, declarou.

A programação cultural teve início com a performance afro-literária do poeta e compositor Renato Mendonça, contemplado pelo Edital de Chamamento Público nº 12/2023, lançado pela Secretaria Municipal de Cultura para a contratação de apresentações artísticas no segmento de cultura afro-brasileira. A apresentação em grupo contou também com Diego Vianna, João Vitor Cardoso e Sá Soraya, encantando o público com danças, canções e leituras de trechos literários que exaltaram a ancestralidade e o respeito à diversidade.
Logo depois, o Ballet Kids da Escola Municipal Diretora Luiza Maria Leal Mendes dançou a coreografia “Petit Ballet”, assinada pelo coordenador e coreógrafo do Ballet Municipal, Ramirez Menezes. A apresentação encantou o público pela delicadeza e talento das jovens bailarinas.


Um dos momentos mais emocionantes da noite foi a participação do sobrinho-neto de Gabriel Joaquim dos Santos, Valdevir dos Santos, atual assessor histórico da Casa da Flor e responsável por conduzir as visitas ao local. “A Casa é diferente e todos que a visitam se emocionam. Tenho a honra de conduzir as visitas, que é uma forma de manter viva a memória do Gabriel”, comentou Valdevir, que recebeu uma réplica artesanal da Casa da Flor confeccionada pela artesã Ildinea Sampaio.
Estreante na programação, o jovem Hiago Lioi animou o público com um cover de Michael Jackson. O jovem estava animado com a participação. “Há nove anos me dedico a recriar o legado do Michael Jackson e, pela primeira vez, me apresento aqui na praça. Recebi o carinho das pessoas e também aproveitei para criar o meu primeiro portfólio com a equipe da Secretaria de Cultura”, contou o artista.
A Companhia de Teatro Municipal apresentou a encenação “A casa feita de cacos”, dirigida por Anna Fernanda Corrêa. O espetáculo, em formato de dramaturgia documental, celebrou a vida e a obra de Gabriel Joaquim dos Santos, resgatando a memória cultural do município e o poder simbólico de sua criação.
A noite terminou em clima de festa com o show do cantor Thonny Costa, que subiu ao palco com um repertório especial em homenagem à música nordestina e ao cantor Zé Ramalho. A assistente administrativa Olga Valéria Bonfim elogiou o evento. “Estava passando aqui perto e ouvi alguém cantando a canção Sinônimos. Tive que parar com o meu marido e assistir ao show. Foi uma grata surpresa para uma sexta-feira. Os organizadores estão de parabéns por esse evento cultural gratuito”, destacou.






A DJ Vanessa Dias, selecionada pelo Edital de Chamamento Público nº 01/2023, foi responsável pela trilha sonora da abertura, dos intervalos e do encerramento do festival. Com sucessos da música popular brasileira, manteve o público animado e atraiu pessoas de diferentes faixas etárias.
Paralelamente às atrações no palco, a Feira de Artesanato reuniu artesãos aldeenses com uma variedade de produtos criativos. O espaço reuniu barracas com roupas, acessórios, peças decorativas, utilitários, artigos para casa e opções de gastronomia artesanal, como bolos, docinhos e quitutes típicos. A feira movimentou o público durante toda a tarde e noite, fortalecendo a economia criativa e valorizando o trabalho manual local.


Durante o evento, também foram realizados atendimentos do Programa Portfólio Cultural. A coordenadora de Políticas Culturais, Marlene Gouveia, destacou o sucesso da ação. “Foi uma noite muito produtiva, recebemos um número expressivo de artistas interessados em criar seus portfólios. Esse programa é fundamental para dar visibilidade aos fazedores de cultura da cidade e ajudá-los a documentar suas trajetórias artísticas”, afirmou.
Em mesas de atendimento, uma equipe especializada da Secretaria de Cultura apresentou o programa, orientou sobre o processo de inscrição e realizou a montagem inicial dos portfólios. Cada participante recebeu um comprovante de inscrição e gravou um breve vídeo contando sua história. O material será editado e entregue em formato digital.
Instituído pelo Decreto Municipal nº 124, o Programa Portfólio Cultural integra o Programa Municipal de Formação de Arte e Cultura (PROFAC). A iniciativa garante padronização visual, registro audiovisual e suporte técnico a quem não dispõe de meios digitais para reunir e organizar suas produções.