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Coletivo de Bordadeiras de São Pedro da Aldeia lança livro em homenagem a Gabriel Joaquim dos Santos

Projeto literário, contemplado pela Lei Aldir Blanc, também vai ganhar exposição de bordados na Casa da Cultura

Pela primeira vez, a tradição do bordado e a memória do artista popular Gabriel Joaquim dos Santos se entrelaçam no livro “Bordando o Sonho, a Flor e a Casa”. A obra literária, escrita por artesãs aldeenses, narra o surgimento do grupo de mulheres bordadeiras de São Pedro da Aldeia e sua trajetória para retratar, fio a fio, a vida e a obra de Gabriel, criador da Casa da Flor. O projeto teve financiamento cultural da Lei Aldir Blanc, do Governo Federal. No próximo mês, os bordados também vão ganhar uma exposição exclusiva na Casa da Cultura Gabriel Joaquim dos Santos.

Livro conta a história do bordado, do artista Gabriel e da Casa da Flor
Foto:
Divulgação/Cultura PMSPA

O livro, que já está disponível para consulta na Biblioteca Municipal, traz em suas páginas imagens das mais de 50 telas bordadas à mão pelo grupo de artesãs durante o isolamento social. As peças retratam a figura de Gabriel, trechos retirados de seus cadernos e os diversos arranjos, ornamentos e elementos que compõem a Casa da Flor. A edificação, construída pelo artista no século XX, foi tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e pelo Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (Inepac).

Livros também serão distribuídos em órgãos públicos e instituições de ensino da cidade
Foto:
Divulgação/Cultura PMSPA

De acordo com a artesã e uma das autoras da obra, Rosângela Guimarães, a concepção do livro segue os ideais do coletivo, criado em 2018 com a missão de preservar a arte milenar do bordado e contar a história de São Pedro da Aldeia através de linhas, tecidos e agulhas. “Começamos bordando a história da cidade, as tradições culturais, os lugares turísticos, paisagens naturais, monumentos, a fauna e a flora. Com a pandemia e a chegada da Lei Aldir Blanc, decidimos nos dedicar a esse novo projeto, que une três formas de arte: o bordado, a arquitetura espontânea de Gabriel e a literatura. A proposta foi resgatar a memória desse importante personagem da nossa cidade, que com seu trabalho sensível e criativo, nos deixou um legado de imenso valor artístico e histórico”, disse.

Artesãs Anna Lúcia Corrêa, Rosângela Guimarães e Virgínia Bordoni mostram peças confeccionadas durante a pandemia
Foto:
Divulgação/Cultura PMSPA

A obra literária foi uma das 47 propostas contempladas pelo Edital Prêmio São Pedro da Aldeia Cultura Viva, via categoria Programa de Desenvolvimento do Patrimônio Material e Imaterial. Aberto em 2020 pela prefeitura, o Edital beneficiou, através do inciso III da Lei Aldir Blanc, projetos inscritos nos segmentos de Artes Visuais, Carnaval, Dança, Teatro, Música, Literatura, Audiovisual, Cultura Afro, LGBTQIA+ e Produção Cultural – áreas relevantes ao movimento cultural do município, que tiveram suas atividades diretamente impactadas pelas medidas de distanciamento social adotadas durante a pandemia.

Foto: Divulgação/Cultura PMSPA

Bordado Solidário

Antes da pandemia, o grupo costumava se reunir semanalmente, de forma voluntária, na Praça João Torres, no Centro da cidade. Os encontros ao ar livre, segundo Rosângela, tinham viés social e o objetivo de incentivar a prática do artesanato. “As ações beneficentes sempre fizeram parte do nosso trabalho. Todas as nossas peças são colocadas à venda a preços bem acessíveis e toda a renda é revertida para a compra de alimentos não perecíveis e cobertores, que nós encaminhamos às famílias carentes e pessoas em situação de vulnerabilidade. Ajudar famílias é o nosso objetivo maior e foi por causa dessa parte social que o nosso coletivo passou a ser conhecido também pelo nome de ‘Bordado Solidário'”, conta.

Artigos em bordado podem ser adquiridos em troca de um alimento não perecível
Foto:
Divulgação/Cultura PMSPA

Atualmente, as 12 bordadeiras seguem com encontros virtuais e contam ainda com uma sala de apoio, disponibilizada pela Secretaria Adjunta de Cultura, para a venda das peças. O espaço fica localizado ao lado da Guarda Municipal, na Avenida Francisco Coelho Pereira, nº 255, no Centro. Para adquirir um bordado ou contribuir com cobertores ou alimentos não perecíveis, basta comparecer ao local, que fica aberto todas as terças e sextas-feiras, das 9h às 12h.

Sala das Bordadeiras fica aberta às terças e sextas, das 9h às 12h
Foto:
Divulgação/Cultura PMSPA

Exposição e cursos de bordados na Casa da Cultura

Para dar visibilidade ao projeto das Bordadeiras, a Casa da Cultura Gabriel Joaquim dos Santos vai abrir suas portas durante o mês de setembro para a exposição das peças artesanais. Ao todo, 61 bordados farão parte da mostra “Bordando o Sonho, a Flor e a Casa”. O evento também vai marcar o lançamento oficial da obra literária.

Telas de bordado, retratadas no livro, ficarão expostas durante o mês de setembro na Casa da Cultura
Foto:
Divulgação/Cultura PMSPA

A abertura da exposição será na próxima sexta-feira (03), exclusivamente on-line por conta da pandemia, e contará com a participação das artesãs. O evento terá transmissão ao vivo pela página da Secretaria Adjunta de Cultura no Facebook.

Exposição na Casa da Cultura vai marcar o lançamento oficial do livro
Foto: Divulgação/Cultura PMSPA

Durante o período da mostra, o coletivo também vai oferecer cursos de bordado à mão para iniciantes, com quantidade limitada de alunos por turma. As inscrições on-line serão abertas em breve, na página da Secretaria Adjunta de Cultura.

Curso na Casa da Cultura vai ensinar técnicas básicas do bordado à mão
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Divulgação/Cultura PMSPA

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