Nesta quinta-feira, dia 3 de junho, é celebrado o Dia Mundial de Conscientização Contra a Obesidade Mórbida Infantil e a Prefeitura de São Pedro da Aldeia anuncia ações voltadas à nutrição no município. A gestão municipal firmou cooperação técnica com a Universidade Federal do Rio de Janeiro – Campus Macaé. A nutricionista da unidade, Fernanda Amorim Braga, atenderá pacientes aldeenses por meio do Programa de Atenção Integral à Saúde da Mulher, Criança e Adolescente no Centro de Reabilitação do município.
Em reunião na sede da Secretaria Municipal de Saúde, a profissional alinhou as estratégias de atendimento com a diretora do Centro de Reabilitação, Fernanda Suzarte, a coordenadora do PAISMCA, Regina Araújo e a coordenadora do Núcleo de Educação Permanente de Saúde (NEPS), Geandra Quirino, a fim de oferecer mais um serviço de referência em saúde aos cidadãos aldeenses.
Professora do curso de nutrição materno-infantil, Fernanda Amorim irá desenvolver projetos de extensão e pesquisa que atenderão à população de São Pedro da Aldeia. Uma equipe formada pela profissional de saúde e estagiárias da área irão prestar atendimento aos pacientes encaminhados pelas enfermeiras das unidades de saúde, que foram capacitadas para entender as necessidades individuais de cada assistido.
O público-alvo é formado por gestantes que contaram com acompanhamento pré-natal de alto risco (grávidas com hipertensão, diabetes ou excesso de peso), e terão indicações nutricionais, promoção de saúde e da amamentação, no PAISMCA, nas manhãs das sextas-feiras. Também serão assistidas crianças de 0 a 10 anos que possuam condições crônicas complexas e já sejam atendidas pelo Centro de Reabilitação. Elas contarão com atendimento nutricional pediátrico no local nas sextas à tarde.
A profissional explica a importância de abordar o tema obesidade já no pré-natal, durante o acompanhamento da gravidez. “O estado nutricional e a saúde começa no desenvolvimento da gestação. Uma gravidez saudável é o primeiro passo para um adulto saudável. O segundo passo seria o aleitamento materno, por isso os profissionais também focam na promoção do ato de amamentar, seguido da alimentação complementar e depois da nutrição na infância, quando são inseridos o ambiente familiar e a escola. Completando assim a cadeia alimentar desde o desenvolvimento do indivíduo até infância, seguindo para a vida adulta”, ressaltou a nutricionista Fernanda Amorim.
Já no Centro de Reabilitação, segundo Fernanda Suzarte, o primeiro enfoque foi dado à questão nutricional dos autistas e em seguida aos casos de obesidade na infância e às demais comorbidades das crianças lá acompanhadas, sendo a alimentação um fator crucial para o desenvolvimento dos pacientes.
Segundo apontado pelas profissionais, o Brasil é reconhecido mundialmente por seus guias alimentares como o Guia Alimentar para a População Brasileira e o Guia Alimentar para Crianças Brasileiras Menores de 2 Anos.
Ainda sobre o tema, ao aderir, no início do ano, ao Programa de Saúde nas Escolas (PSE), o município automaticamente se comprometeu com o Programa Crescer Saudável, que consiste em um conjunto de ações a serem implementadas com o objetivo de contribuir para o enfrentamento da obesidade infantil no país. O município também se alinhou ao NutriSUS, que visa à fortificação da alimentação infantil com micronutrientes, com a adição direta de nutrientes em pó aos alimentos. A gestão municipal ressalta que as ações da Educação aldeense ocorrem de forma remota devido ao cenário de pandemia no país. A administração pública avalia a possibilidade de extensão da proposta à rede de atenção básica de saúde municipal, buscando parcerias com instituições como a UFRJ e Ferlagos (Faculdade da Região dos Lagos).
A cooperação técnica entre a prefeitura e a universidade promove a oportunidade dos professores e alunos da instituição se capacitarem por meio de estágio e desenvolverem pesquisas e projetos acadêmicos de extensão. Além de gerar a oferta de um serviço qualificado a mais aos aldeenses, sem ônus aos cofres públicos.
O Dia da Conscientização Contra a Obesidade Mórbida Infantil
A obesidade infantil pode ser provocada por diversos fatores, desde uma alimentação rica em açucares e gorduras, sedentarismo e aspectos genéticos. A Organização Mundial da Saúde (OMS), alerta que até 2025 possam existir 700 milhões de pessoas acima do peso em todo o mundo.
A obesidade em crianças tem seus maiores números em países em desenvolvimento, e no Brasil mais de 2 milhões de crianças estariam nessa condição, com maior porcentagem de incidência na Região Sudeste, segundo a Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (ABESO).
Os pais podem evitar e reverter um quadro de obesidade infantil, mantendo uma alimentação saudável, criando uma rotina de exercícios físicos. Entretanto, social e psicologicamente, para uma criança perder peso, a situação pode ser mais complexa para que um adulto, porque ela está em desenvolvimento de suas aptidões sociais, mais suscetível a sentir-se isolada e desmotivada diante outros de sua faixa etária, o que pode resultar até no aumento de peso e em dificuldades de interação. O importante é o acompanhamento e o apoio familiar e médico.