As duas últimas aulas do curso de criação de abelhas nativas sem ferrão, no Horto Escola Artesanal, foram marcadas por muita atividade prática. Os alunos participaram da captura de enxame, com auxílio do instrutor Joelson Rodrigues. O conteúdo prático incluiu o aprendizado das técnicas básicas de manejo e do método sustentável de captura de colmeias por meio da utilização de “ninhos-isca” com garrafa pet. O curso é uma realização da Prefeitura de São Pedro da Aldeia, por meio da Secretaria de Agricultura, Trabalho e Pesca.
O secretário responsável pela pasta, Dimas Tadeu, acompanhou de perto a programação. “Alguns alunos já tinham experiência com a criação de abelhas sem ferrão, chamada de meliponicultura, outros nunca tinham tido essa vivência e no curso eles puderam entender tanto a parte prática quanto a parte teórica da vida das abelhas, passando pelas diferentes espécies, os mecanismos de proteção da colmeia, o trabalho de polinização e também as técnicas corretas de captura, preservando as colmeias. Para a realização desse curso, contamos com o apoio voluntário do professor e meliponicultor Joelson”, disse.
Os experimentos de captura foram realizados em duas aulas diferentes. A primeira retirada de enxame foi feita debaixo de um piso de cimento e, a segunda, a partir de um toco seco de uma árvore tombada. Nas duas atividades, os alunos receberam orientações quanto ao manuseio eficiente e racional dos enxames, as normas de segurança e o uso adequado de ferramentas, como martelo, serrote, cunhas, maquita e sugador de abelhas.
“O nosso curso foi muito voltado ao preservacionismo, trabalhamos com um método de captura sem mexer com as plantas e com o meio ambiente, que nós chamamos de ‘garrafa isca’. Toda captura é um desafio principalmente para alunos e iniciantes nesta atividade, por isso a parte prática foi essencial. A proposta foi simular o resgate de um enxame em situação de risco e capacitar os alunos para que eles possam fazer uma captura sem danos às abelhas”, destacou o instrutor Joelson Rodrigues.
Durante o curso, os alunos também aprenderam sobre a biologia das abelhas, a importância ecológica desses insetos e o processo de colheita, beneficiamento e envase do mel. “Por ter uma umidade alta, o mel das abelhas sem ferrão é mais propenso a fermentar e deteriorar, sendo necessário cuidados, como coleta em potes fechados com seringas descartáveis e, se necessário, a pasteurização do mel”, salientou o instrutor.
Marcelly Ramos foi uma das alunas capacitadas no curso básico de meliponicultura. “O curso nos ensinou o quão importante as abelhas sem ferrão são para nós. Apesar de serem minúsculas, prestam um grande serviço polinizando flores. É triste saber que ainda existem tantas pessoas que, por falta de conhecimento ou até mesmo por maldade, exterminam colmeias inteiras dessas belas criaturas que são inofensivas”, afirmou.
O encerramento do curso está marcado para o dia 26 de outubro com confraternização e entrega dos certificados no Horto Escola Artesanal.