Iniciativa da Prefeitura de São Pedro da Aldeia é executada pela Comissão Municipal Intersetorial de Enfrentamento a Automutilação e Suicídio em parceria com voluntários
Durante a quarentena causada pela pandemia do novo coronavírus, muitos jovens têm vivenciado altos níveis de estresse, medo e ansiedade – sentimentos que podem desencadear uma série de doenças, como depressão, síndrome do pânico e até risco de suicídio. Em São Pedro da Aldeia, um projeto de atendimento psicológico on-line tem auxiliado um grupo de crianças e adolescentes a lidar com essa nova realidade.
Desde o início do projeto, em junho deste ano, cerca de 50 sessões já foram realizadas à distância. Os encontros acontecem uma vez por semana, via chamada de vídeo, com o suporte da Internet. “O projeto tem sido de grande importância na promoção do bem-estar dessas crianças e adolescentes, possibilitando apoio e cuidado pragmáticos. Nosso objetivo é mitigar os efeitos do estresse em tempos de pandemia, prevenindo a automutilação e o suicídio como saída nesse momento de isolamento social”, destacou Danielly Espindola, uma das psicólogas voluntárias do projeto, cadastrada e autorizada pelo Conselho Regional de Psicologia.
Prevenção
O projeto de apoio psicológico on-line é uma iniciativa da Comissão Municipal Intersetorial de Enfrentamento a Automutilação e Suicídio, formada por integrantes das secretarias municipais de Assistência Social e Direitos Humanos, de Saúde e de Educação. Criada em 2019, a Comissão tem realizado ações estratégicas junto à crianças e adolescentes do município, com visitas a escolas, realização de palestras e encontros motivacionais. O trabalho tem como foco principal a prevenção ao suicídio e à automutilação entre os mais jovens.
“Agora, durante a pandemia, estamos dando continuidade a esse trabalho de forma remota, oferecendo apoio às nossas crianças e adolescentes com suporte emocional, a fim de minimizar os sentimentos de tristeza, solidão, desamparo e tédio”, destacou Luciana Oliveira, representante da Secretaria de Assistência Social na Comissão e coordenadora de políticas públicas para Criança e Adolescente, Luciana de Oliveira.
As inscrições para o projeto foram abertas no mês de junho, pelo telefone da Secretaria de Assistência Social, sendo realizadas pela própria família. Os pais foram chamados por meio de agendamento prévio e assinaram um termo de autorização.
Rede de apoio
As profissionais responsáveis pelos atendimentos têm autonomia para desenvolver o trabalho de acordo com suas abordagens psicológicas. Quando necessário, as psicólogas também podem referenciar situações de violação de direitos ou de violência para o atendimento presencial junto ao Centro de Atendimento Psicossocial (CAPSi) do município, conforme código de ética da categoria, no que se refere ao atendimento em situação de urgência e emergência.
“Eu estava passando por um momento difícil e esse projeto foi muito importante para mim, me ajudou muito. Muitas coisas foram esclarecidas na minha mente, me sinto muito grata”, relatou uma das adolescentes participantes do projeto, que teve sua identidade preservada.